Política

Oposição alega uso político das Forças Armadas durante desfile em Brasília

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Partidos afirmaram que Bolsonaro faz uso político do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para pressionar o Legislativo na votação da proposta que torna obrigatório o voto impresso. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A oposição ao Governo Jair Bolsonaro criticou o desfile de tanques e armamentos das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, área central de Brasília, na manhã desta terça-feira (10). Os partidos afirmaram que Bolsonaro faz uso político do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para pressionar o Legislativo na votação da proposta que torna obrigatório o voto impresso (Proposta de Emenda à Constituição 135/19), com previsão de votação na Câmara nesta tarde.

Deputados e senadores de diversos partidos protestaram em frente ao Congresso Nacional e fizeram discursos contra o evento no Salão Negro. O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), afirmou que a situação política é muito grave, pois Bolsonaro ameaça a democracia.

 “Isso já aconteceu no passado, na época das Diretas Já. Bolsonaro faz mal às Forças Armadas. Esse movimento é uma unidade de vários partidos, um movimento amplo exigindo democracia”, protestou Freixo.

Já o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que os tanques na Esplanada não vão constranger a Câmara na votação marcada para esta tarde. Segundo ele, a maior resposta será a derrota da PEC em Plenário.

“A Câmara não aceita ameaças, chantagens e intimidações. Nunca foi visto um ato desses desde a redemocratização”, criticou Molon.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), por sua vez, disse que o evento patrocinado por Bolsonaro é uma demonstração de fraqueza do governo e ressaltou que os deputados não aceitam nenhuma forma de ameaça ao Parlamento.

“Com tantas maneiras de se aperfeiçoar o sistema eleitoral, o presidente quer contagem manual de votos físicos. Nossa resposta será altiva e envolve diversos partidos políticos”, disse Kataguiri.

O deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP) também criticou Bolsonaro e afirmou que o País hoje é motivo de vergonha no mundo inteiro, na medida em que usa tanques para intimidar o Congresso. “Com blindado e sem blindado, Bolsonaro será derrotado”, afirmou o parlamentar referindo-se à votação da PEC do Voto Impresso no Plenário da Câmara nesta tarde.

Coincidência

O vice-líder do PSL, deputado Coronel Armando (PSL-SC), afirmou que o evento mostra que o presidente Bolsonaro prestigia as Forças Armadas e não tem nada a ver com as atividades políticas do Congresso Nacional.

“Estão passando aqui, e seguem para Formosa (GO). Só vemos tropas nas ruas no dia da Independência, mas não há nada de anormal nisso, que é defender o Brasil. Não tem nada a ver com ativaide políticas. Alguns partidos vão até ao STF criando situações que não existem”, explicou o parlamentar.

Nesta segunda, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também considerou como uma "trágica coincidência" a manifestação ocorrer no mesmo dia em que a Câmara pautou a PEC do Voto Impresso e disse que ia consultar os líderes partidários sobre a possibilidade de adiar a votação.

A PEC foi rejeitada pela comissão especial na última sexta-feira (6), mas como os pareceres das comissões especiais de PECs não são terminativos, Lira decidiu levar o assunto ao Plenário.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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