Política
'Para ser prefeito não basta ter bom currículo', diz Dejorge
Por Matheus Merlim
Após perder a última eleição no segundo turno, Dejorge Patrício da Silva, aos 46 anos, tenta pela segunda vez o cargo de prefeito de São Gonçalo. Dessa vez, o candidato pelo Republicanos, pretende retomar a 'Onda Verde' com mais força e garantir a cadeira mais alta da cidade, na chapa com o candidato a vice-prefeito Marquinhos do Solidariedade. Nascido e criado no Boaçu, se coloca na disputa como um 'Lavoura melhorado' e aposta na conexão com Brasília para captar recursos para o município.
- Por que São Gonçalo precisa de Dejorge Patrício como prefeito pelos próximos quatro anos?
Como costumo dizer, para ser prefeito não basta ter um bom currículo. São necessários vários fatores importantes. Ter nascido na cidade e conhecer a cidade. Viver na cidade até hoje significa que eu transito, sinto e sofro a mesma coisa que todos os gonçalenses sentem. Ser um cara do bem influencia e diz sim que Dejorge será um Lavoura (Joaquim, ex-prefeito da cidade) melhorado. Eu sou um cara que, com muito orgulho, represento o povo e o trabalhador.
- O que o senhor considera como principal problema na gestão municipal? E o que o senhor faria de diferente?
Um dos grandes problemas é: como pode uma cidade que tem renda per capita tão baixa, um orçamento tão pequeno pela sua quantidade de habitantes, não ter um escritório de projetos na cidade para que possa buscar recursos e trazer verbas de Brasília? Isso para mim é um absurdo e uma falta de gestão enorme. Tem grandes projetos disponíveis do governo federal, um deles é do saneamento, que várias cidades no país inteiro se inscreveram e conseguiram empréstimos a longo prazo, juros baixos. Investir em Saneamento hoje não é só despoluição, água e esgoto. Também é calçada, acessibilidade.
- Qual a análise que o senhor faz de seus principais adversários?
Se eu acreditasse em algum, eu não seria candidato a prefeito. Não estou candidato por vaidade, ego. Só estou nessa novamente porque vejo que os meus adversários - e conheço muito bem todos eles - tem pouca vontade e baixa eficiência. Não vejo nenhum com perfil igual ao meu que realmente vai se dedicar e lutar quatro anos para iniciar a reconstrução de São Gonçalo.
- A disputa eleitoral em São Gonçalo costuma acontecer em dois turnos. Caso o senhor avance para o segundo turno, há possibilidade de estabelecer alianças com adversários? E se não disputar o segundo turno, pretende apoiar alguém?
Para ser bem sincero, há grande possibilidade que eu não faça aliança com ninguém. Não me alio somente para me aglutinar e chegar ao poder a qualquer custo. Até porque tudo tem um custo. Quanto mais você agrega, você sobrecarrega a máquina e às vezes inviabiliza o governo porque só pensou no poder e não quero isso para a minha vida e cidade. Vai ser muito melhor eleger no primeiro turno, do que irmos ao segundo e fazer algum tipo de coligação que às vezes não queríamos.
Quem é Dejorge?
Empresário, Dejorge Patrício iniciou a vida política em São Gonçalo ao ser o vereador mais votado nas eleições de 2012. Exerceu apenas um mandato na Câmara Municipal e tentou o cargo de prefeito, em 2016. Chegou a ir ao segundo turno, mas acabou derrotado pelo atual prefeito, José Luiz Nanci (Cidadania). Apesar da derrota, garantiu 191.699 (46,37%) votos nas urnas, com diferença de pouco mais de 30 mil sobre o vencedor.
Dejorge começou sua trajetória partidária no Partido Liberal (PL) e migrou para o Republicanos, legenda na qual é filiado atualmente. Ainda na política, assumiu a cadeira como deputado federal enquanto suplente de Clarissa Garotinho (PROS), em 2017.
Recentemente, Dejorge também atuou como assessor de projetos especiais na Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae).
Educação
O candidato tem como principal proposta para a área da Educação, a criação do projeto 'Escola para o Futuro'. Segundo Dejorge, basicamente o programa visa implantar uma escola em tempo integral, unindo cultura, esporte, lazer e teatro para os estudantes da rede municipal.
Para o candidato, a educação de São Gonçalo carece de uma série de medidas. Outro ponto importante para o prefeitável é com relação à aprovação automática nas escolas. A aposta na cultura seria um diferencial no seu governo, caso seja eleito.
"Sou totalmente contra a aprovação automática porque é uma facilidade muito grande ao jovem que já não tem atrativo nenhum na escola para que o prenda e para que ele estude. Ele já sabe que vai ser aprovado, já sabe que vai passar de ano e isso é muito ruim. Não temos o mínimo de infraestrutura e atrativos que prenda o jovem para estudar. Por isso a criminalidade tem aumentado tanto, porque a educação não está em primeiro lugar"
Cara a cara
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