Política

Paulo Eduardo Gomes é afastado da Câmara após polêmica com Verônica Lima

Desentendimento entre os parlamentares terminou na delegacia na última quarta-feira (7). Foto: Arquivo/Plantão Enfoco

O vereador de Niterói Paulo Eduardo Gomes foi afastado das atividades partidárias e parlamentares por 60 dias após a polêmica com a também vereadora Verônica Lima (PT), na última quarta-feira (7), durante reunião de líderes na Câmara Municipal de Niterói. A decisão pelo afastamento foi tomada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e divulgada, através das redes sociais do diretório municipal do partido, na manhã deste sábado (10).

De acordo com a nota divulgada pelo diretório municipal do PSOL, a atitude de Paulo Eduardo Gomes foi racista, lesbofóbica e machista. Durante o período de punição, o parlamentar tem a obrigação de participar de processo de formação no período, a ser definido pela Executiva em conjunto com os Setoriais LGBT, de Negritude e de Mulheres. A vereadora Benny Briolly assume a liderança da legenda do município durante o período de afastamento de Paulo Eduardo. A tendência é que a professora Regina Bienenstein (PSOL) assuma o lugar de Paulo Eduardo na Casa, embora a Câmara Municipal de Niterói ainda não confirme essa versão.

"Entendemos que o ato praticado pelo vereador Paulo Eduardo Gomes foi racista, lesbofóbico e machista, e que expressa os pilares opressivos, excludentes de racismo e heteronormatividade patriarcal, que asseguram privilégios sócio históricos e politicamente perpetuados, que precisam ser combatidos. O PSOL Niterói compreende a gravidade das falas e atitudes discriminatórias do vereador que vão contra o programa político e as defesas prioritárias do partido, que afirma o combate às opressões como parte central da luta para a superação do sistema capitalista", diz um trecho da nota publicada nas redes sociais do diretório.

Procurado para repercutir a notícia de seu afastamento da Câmara, Paulo Eduardo Gomes, afirmou que o período servirá para autocrítica de suas atitudes.

"Reafirmo meu comprometimento com a deliberação partidária que aplicou a penalidade. Esse será um período de formação e reflexão para reforçar a autocrítica e voltar às atividades no parlamento seguindo nosso compromisso com as lutas da cidade, com a defesa do SUS e ao lado de todos os movimentos sociais.", diz a nota.

O desentendimento entre os parlamentares teve inicio após a vereadora Verônica Lima questionar um Projeto de Lei do vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL). Neste momento, a petista afirmou ter sido insultada pelo a parlamentar aos gritos, e garante que as atitudes de Paulo Eduardo, contra ela, não são novidades.

"No momento que o vereador começou a gritar comigo eu pedi a ele três vezes que falasse baixo, e pedi de maneira tranquila. Ele estava do outro lado da mesa levantou, colocou o dedo em riste e perguntou: 'Você quer ser homem? Então vou te tratar igual a homem', e veio em minha direção. Eu levantei, o chamei de homofóbico", disse a vereadora poucos momentos após a confusão.

Após a repercussão negativa do caso, Paulo Eduardo Gomes divulgou uma nota fazendo uma retratação e se desculpando pelo erro. O parlamentar lembrou da militância em relação à luta LGBTQIA+ em Niterói, disse que vai refletir com o partido sobre o episódio e negou que tenha feito menção à violência física contra a vereadora Verônica Lima.

"Cometi um ato absolutamente machista e agressivo à vereadora Verônica. No ato que isso ocorreu, a vereadora Benny, representando o Psol, pediu desculpas no que referendei e pedi desculpas também. É evidente que é imperdoável e não se justifica, para quem há 40 anos milita na defesa de todos os direitos humanos e manifestações de parada LGBT em Niterói. Vou me reunir com a direção do Psol Niterói e meu partido irá me ajudar a refletir coletivamente sobre este fato e sobre a melhor forma de avançar nesta necessária autocrítica. Entendo que o machismo é inadmissível e deve ser combatido cotidianamente e me comprometo coletivamente a não cometer mais este tipo de erro", comentou.

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