Articulação
Quaquá pede votos de aliados em Bacellar para presidência da Alerj
Segundo o parlamentar, o outro candidato é apoiado por Bolsonaro
O deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ), vice-presidente nacional da sigla, movimentou as peças com os sete petistas da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), horas antes da disputa entre Rodrigo Bacellar (PL) e Jair Bittencourt (PL) pela presidência do Parlamento fluminense.
A orientação partidária, direto de Brasília, onde tomou posse na Câmara dos Deputados nesta quarta (1º), é para que os correligionários aqui no Rio não votem em Bittencourt. Tudo isso porque o advogado, com três mandatos no Parlamento estadual, é considerado o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A orientação, no entanto, ocorreu antes da decisão da Justiça da votação ser secreta.
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“Não é à toa que Jair Bolsonaro pede votos para Bittencourt. Gostando ou não gostando dele, nosso candidato é o Bacellar. Política não é namoro, é estratégia. Nós não podemos, estrategicamente, fortalecer Bolsonaro no Rio de Janeiro” afirmou Quaquá — em sequência de stories no Instagram.
Para Quaquá, Bolsonaro “opera diretamente a chapa contra o governador Cláudio Castro”. Ele disse, ainda, que o chefe do Executivo Fluminense “teve uma campanha muito civilizada com Lula”.
A esquerda, de forma geral, ainda não é tão clara quanto à escolha na votação que ocorrerá no Palácio Tiradentes, na tarde desta quinta-feira (2), e prevista para iniciar às 15h.
“Até agora não existe um nome. O caminho pode passar pela abstenção, pode passar pela votação numa candidatura que entenda que a Casa e o Poder Legislativo precisam ser independentes e que a democracia precisa ser um elo comum que une todas e todos os deputados, independentemente de serem oposição e situação”, declarou ao ENFOCO a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB).
REGRAS PARA A VOTAÇÃO
Segundo a Alerj, todos os integrantes são efetivos e têm direito a voto, e a votação é nominal e aberta — cada deputado declara seu voto.
Os deputados estaduais podem apresentar a formação de uma chapa, composta por 13 membros, até o início da sessão.
A chapa é eleita por maioria absoluta dos votos (36), em primeira chamada, e, por maioria simples (metade dos presentes mais um), em segunda.
Os parlamentares podem votar a favor ou contra as chapas, podem abster-se ou até mesmo votar somente em determinados integrantes da chapa.
A Constituição Estadual prevê a reeleição da Mesa Diretora da Alerj (Artigo 99, II), bem como o Regimento Interno da Casa em seu Art.5°.
PL RACHADO
Jair Bittencourt minimizou o embate interno que ocorre no Parlamento Fluminense e disse até ser amigo do governador Cláudio Castro (PL). Ocorre que Castro tem o seu preferido para presidir a Alerj, no caso, Rodrigo Bacellar, também da mesma sigla.
“Você pode gostar ou não gostar do Bacellar. Eu mesmo tenho críticas, inclusive, a maneira como ele conduziu negociações para Alerj. Mas política não é gosto pessoal. Está em jogo os interesses maiores do povo. E da correlação política de forças. Não é atoa que Bolsonaro pede votos para o outro candidato [Jair Bittencourt]. Nós da esquerda não podemos tergiversar. O nosso candidato gostemos ou não gostemos dele: é o Bacellar”, enfatizou Quaquá.
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