Decisão
Sergio Moro oficializa apoio a Bolsonaro no 2° turno
Em 2020, ele acusou o Presidente de interferir nas ações da PF
Sergio Moro (União Brasil), senador eleito do Paraná, usou as redes sociais nesta terça-feira (4) para declarar apoio a Jair Bolsonaro (PL) na corrida pela reeleição ao cargo de presidente no segundo turno.
"Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro", escreveu.
Moro é ex-aliado de Bolsonaro, e ficou no cargo de chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública durante o governo. Contudo, deixou a função em abril de 2020 após acusar o Presidente de interferir nas ações da Polícia Federal (PF).
Naquela época, o então ministro afirmou que Bolsonaro havia trocado o comando da PF para conseguir ter acesso a informações privilegiadas em investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação.
Relação Conturbada
A decisão de apoiar o atual chefe do Executivo vem depois de fortes críticas desferidas por Bolsonaro contra Moro quando ele deixou o cargo no governo. Dentre insultos, o candidato alegou que a nomeação do ex-ministro teria sido um erro.
Bolsonaro também chamou Moro de 'pouco produtivo' durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, em agosto. Ele afirmou que o trabalho no Ministério da Justiça 'melhorou muito' após a saída do ex-juiz, acrescentando que os resultados 'na apreensão de drogas, na apreensão de numerários, em operações' melhorou muito em todo país após sua saída.
Quando Moro anunciou ser pré-candidato à Presidência, Bolsonaro, durante uma live em 2 de dezembro do ano passado, afirmou que o ex-ministro estava se dispondo a um 'papel de palhaço, sem caráter', ainda acrescentando que ele era um 'mentiroso deslavado'.
Cinco dias depois, em frente ao Palácio do Alvorada, o chefe do Executivo voltou a criticar o ex-ministro de forma mais dura.
"Tem um idiota aí agora, não vou falar o nome dele: 'ah, comigo a economia vai ser inclusiva, sustentável?'. Esse cara passou aí um ano e pouco no meu governo, nunca abriu a boca em reunião de ministros. Sempre de boca fechada. Até que aconteceu a saída. Aconteceu um pouco tarde, mas aconteceu. Agora tem solução para tudo", disse.
Ainda em um cenário de pré-candidato à Presidência, quando ainda estava aliado ao partido Podemos, Moro chamou Bolsonaro de 'trapalhão' após o presidente viajar até a Rússia em plena crise com a Ucrânia.
"UM TRAPALHÃO NO KREMLIN. Bolsonaro tem a incrível capacidade de estar no lugar errado e na hora errada. Sua inexplicável ida à Rússia neste momento nos antagoniza com todo o Ocidente e é mais um constrangimento para a diplomacia brasileira", publicou em sua conta do twitter.
Contudo, mesmo sendo frequentemente atacado, o ex-juiz não pareceu se incomodar com todos os insultos de Bolsonaro, muito pelo fato de tentar manter eleitores bolsonaristas no seu leque.
Isso porque no Paraná, santinhos de Moro foram encontrados solicitando votos para o Presidente. Quando questionado sobre o fato, ele alegou apenas que isso era coisa de apoiadores. Ou seja, o atual senador do estado não ficou ao lado da candidata de seu partido, Soraya Thronicke, mas sim de quem estava o insultando como 'palhaço' e 'idiota'.
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