Política

Talíria Petrone é a nova líder da bancada do Psol na Câmara

O nome da parlamentar foi confirmado em reunião de bancada na manhã desta quarta-feira (3). Foto: Pablo Valadares - Arquivo Câmara dos Deputados

A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) assumiu, nesta quarta-feira (03), a liderança do Psol na Câmara e ficará à frente da bancada até o final do ano. O nome da parlamentar foi confirmado em reunião de bancada na manhã de hoje.

Petrone é uma das poucas deputadas negras a se tornar líder de um partido na Câmara. Eleita com 107.317 votos — a nona mais votada do estado do Rio de Janeiro, está em seu primeiro mandato de deputada federal, mas antes era vereadora em Niterói, tendo sido a mais votada em 2016.

A deputada ressalta seu compromisso de trabalhar para colocar em pauta as propostas históricas defendidas pelo partido. "Entre eles o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o retorno do auxílio emergencial e o combate à pandemia, com ampliação da vacina para o conjunto da população", diz.

À frente de um mandato negro, feminista e popular, afirma que defenderá as lutas antirracista, contra o genocídio do povo negro e contra a violência na política, que segundo ela lembra, atinge sobretudo mulheres negras e ameaça o exercício dos mandatos.

“Minha liderança será baseada no diálogo com os movimentos sociais. Colocarei em pauta nossas propostas, conectadas com os interesses do povo, da classe trabalhadora, da população negra, das mulheres, dos povos indígenas e comunidades quilombolas e da população LGBTQI”, ressalta.

Quem é Talíria Petrone

Talíria Petrone Soares nasceu em Niterói em 9 de abril de 1985, onde morou toda sua vida. É mulher negra, feminista, socialista, professora, graduada em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e mestre em Serviço Social e Desenvolvimento Social pela Universidade Federal Fluminense.

Deu aula na favela da Maré, em São Gonçalo e em Niterói e a realidade das escolas sempre foi um motivo para ir à luta. Foi da sala de aula que veio a vontade de transformar a sociedade.

Em 2010, ela conheceu o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e começou sua militância partidária, decidindo, seis anos mais tarde, se candidatar à vereadora em Niterói.

Na campanha por uma Niterói negra, feminista, LGBT e popular em 2016, foi eleita a vereadora mais votada da cidade e, por mais de um ano, era a única mulher na Câmara Municipal.

Foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente e acompanhou dezenas de casos de violações de direitos na cidade.

Depois da execução política da amiga, companheira de lutas e vereadora Marielle Franco, com quem Talíria iniciou a vida pública, muita coisa mudou. Ela viu a necessidade de dar consequência política "ao crime que marca nossa ainda frágil e incompleta democracia", completa Petrone.

Assim, em 2018, Talíria foi eleita deputada federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, com 107.317 votos — a nona mais votada do estado do Rio de Janeiro.

É mãe da pequena Moana Mayalú e entende que é urgente tratar a maternidade como um ato político. Como mãe e feminista negra, defende, de forma incansável, mais direitos para as mulheres e também para que o direito ao maternar seja respeitado.

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