Política
Vereador de São Gonçalo sofre morte cerebral
O vereador José Rafael de Abreu Magalhães (DEM), de 61 anos, teve morte cerebral constatada na manhã desta terça-feira (25). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, onde o parlamentar está internado. Ele passava por complicações de um AVE, sofrido no dia 14 deste mês.
Em nota, o prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci (Cidadania), decretou luto de três dias e comentou o ocorrido. E que comentou que o amigo esteve ao seu lado desde a campanha, permanecendo durante um período na pasta de Meio Ambiente durante sua gestão.
"É com muito pesar que começamos esta terça-feira (25), com a notícia do falecimento do amigo e vereador Fael [...] Lutou bravamente pela vida nos últimos dias e temos a certeza que está sendo muito bem recebido no reino de Deus", dizia a nota.
Também através de nota, a assessoria de imprensa do vereador se pronunciou sobre o falecimento.
"Agradecemos a todas as mensagens de apoio recebidas até agora, isso só mostra o quanto o Fael era querido por todos, deixando um legado de dedicação e muito trabalho por uma São Gonçalo melhor. Em breve daremos notícias sobre o horário e o local do sepultamento", informou o comunicado.
O presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo, Diney Marins (Cidadania), também lamentou a morte do amigo parlamentar. E disse que que guarda o legado de simplicidade e generosidade do amigo.
"Nossa vida, neste mundo, é infelizmente feita de despedidas. Quando chega a hora dos que amamos não existem palavras que possam nos consolar. Mas quero declarar aqui, minha eterna gratidão e admiração pelo seu coração extraordinário que alcançou a tantos e principalmente a mim. E por isso a dor da sua ausência é inevitável. Contudo, a saudade eterniza a presença de quem se foi. Por isso guardo comigo seu legado de simplicidade e generosidade", pronunciou-se em nota.
Há um protocolo a ser seguido até ocorrer a constatação da morte cerebral, que geralmente leva um tempo. O residente da Neurologia Rodrigo Queiroz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que primeiro dois médicos precisam realizar o exame físico no paciente.
"Existem os reflexos testados nos dois exames clínicos a serem realizados: reflexo fotomotor pupilar, corneo-palpebral, oculo-cefálico, vestíbulo-calórico e da tosse", conta.
Procurada ainda na noite desta segunda-feira, a filha, Rafaela Magalhães, de 27 anos, disse que o pai teve uma piora no quadro clínico.
"Os médicos falaram que o estado dele é grave. Estamos acreditando na melhora. O médico conversou na parte da tarde. Conforme ele deu essa notícia que tinha tido uma piora, ficamos por lá aguardando algo acontecer. Eu só tenho isso para falar", contou a estudante de odontologia ao Plantão Enfoco.
O político reassumiu a cadeira de vereador no início de agosto, após passar um período como secretário municipal de Meio Ambiente. No último dia 6, Fael postou em rede social sobre o retorno à Casa Legislativa. "Estou muito feliz por estar de volta à Câmara de Vereadores de São Gonçalo", escreveu na ocasião.
Protocolos
Para chegar ao diagnóstico de morte encefálica, a pessoa ou o corpo precisa estar sob condições adequadas que sejam capazes de manter a vida, por exemplo, temperatura corporal adequada, esclarece o médico Rodrigo Queiroz (UFF).
"Não se pode iniciar o protocolo se o paciente está hipotérmico; precisa corrigir a temperatura para se iniciar o protocolo. O mesmo vale se o paciente está hipotenso, precisa corrigir a pressão, para que o cérebro possa ter fluxo sanguíneo (teoricamente) que seja capaz de manter vida. Isso tudo estando adequado permite que se possa iniciar os testes e exames caso haja suspeita de morte encefálica"
Os testes, segundo o especialista, podem ser realizados por neurologista, neurocirurgião, emergencista e intensivista que tenham experiência nesses testes clínicos. E os testes em pacientes acima de 24 meses de idade devem ser realizados com intervalo mínimo de 1h.
E além desses testes, existe um que pode ser testado somente uma vez, que é o teste da apneia, que deve ser realizado com o paciente nas condições adequadas (temperatura, pressão, etc).
"Tudo isso é realizado quando se conhece a causa da condição do paciente e é uma causa irreversível. Por exemplo: hipotermia pode causar morte, mas é reversível. Então não se pode dar diagnóstico de morte encefálica se o paciente está assim por hipotermia, porque é uma condição tratável e que causa disfunção de todo o corpo", continua o residente da Neurologia Rodrigo Queiroz (UFF).
Ao Plantão Enfoco, o médico também deixa claro que existem diversos detalhes e pormenores nesse diagnóstico. Em resumo: a causa precisa ser conhecida, precisa ser irreversível e precisa tratar condições tratáveis (como hipotermia).
"O paciente precisa ser avaliado com dois exames clínicos com seus testes e pelo menos um exame complementar, além de um teste de apneia. Depois disso, se positivo, é dado o diagnostico de morte encefálica", finaliza.
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