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    Vereador Gabriel Monteiro tem mandato cassado por 48 votos a 2

    Youtuber quebrou o decoro parlamentar

    Publicado 18/08/2022 às 22:32 | Atualizado em 19/08/2022 às 8:20 | Autor: Rômulo Cunha
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    Gabriel Monteiro estava presente na sessão
    Gabriel Monteiro estava presente na sessão |  Foto: Marcelo Eugênio

    Por 48 votos a 2, o vereador Gabriel Monteiro (PL) teve o seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar após votação realizada nesta quinta-feira (18) no plenário da Câmara Municipal do Rio.

    A decisão agitou o plenário com gritos de comemorações pelo lado de mulheres e opositores presentes. Apenas Chagas Bola e o próprio Gabriel votaram contra a perda do mandato. Carlos Bolsonaro está licenciado e não votou.

    O parlamentar foi investigado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar depois de acusações de assédio sexual e moral, estupros, forjar vídeos para a internet e filmar suas relações sexuais com uma menor de idade, o que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, é crime. Por unanimidade, o Conselho decidiu pela cassação.

    Na quarta-feira (17), o Conselho de Redação e Justiça já havia negado um recurso imposto por advogados do vereador contra o relatório final feito pelo Conselho de Ética.

    Mesmo com o mandato como vereador cassado, Gabriel ainda pode concorrer como deputado federal. Filiado ao PL, sua candidatura já foi registrada, mas aguarda julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Relembre as acusações

    Ex-funcionários da equipe de Gabriel Monteiro o denunciaram por crimes de assédio moral e sexual. Em alguns casos, testemunhas alegaram que o vereador ameaçava mostrar seu órgão genital e costumava forçar atos sexuais, inclusive usando da violência.

    Segundo os ex-assessores, Monteiro também forjava vídeos, inclusive com menores supostamente em situação de necessidade de ajuda, para a internet. Conforme a denúncia, houve também exposição vexatória e violência física de pessoas em situação de rua, como a de um homem instado a roubar a bolsa de uma mulher, na Lapa, e depois reprimido pela equipe do vereador, incluindo policiais militares. O parlamentar alegou que as gravações faziam parte de um “experimento social”.

    A filmagem de relações sexuais, principalmente com uma menina de 15 anos, também entrou no relatório final. De acordo com os ex-funcionários, Gabriel sabia da idade da jovem e também costumava visitá-la na escola. O Tribunal de Justiça do estado (TJ-RJ) aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) sobre o caso e o vereador virou réu. 

    No entanto, o parlamentar nega a acusação. Monteiro já havia revelado, em seu depoimento, que grava as suas relações sexuais para se precaver de denúncias sobre estupro. O vereador também alega que não sabia da idade da menina pois ela teria mentido afirmando que seria maior de idade.

    Contudo, áudios que circulam pelas redes sociais mostram Gabriel falando que gosta muito de ‘novinhas’. Através de seu Twitter, o ex-PM alega que a gravação é antiga e corresponde a uma zoação. Segundo Monteiro, isso não seria um crime.

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