Câmara do Rio
Vídeo: clima esquenta na votação da cassação de Gabriel Monteiro
Casa foi tomada por apoiadores e pessoas que acusam o vereador
O clima na Câmara Municipal antes da sessão sobre a cassação do vereador Gabriel Monteiro (PL) é tenso dentro das tribunas da Casa. Apoiadores do vereador ficaram de um lado da galeria com placas de apoio ao parlamentar. Do outro, pessoas contra Monteiro o acusavam de ser estuprador.
Após ter seu recurso negado pela Comissão de Redação e Justiça, o parlamentar usou as suas redes sociais para convocar seguidores. Os presentes levaram faixas contra a “Máfia do Reboque”, um esquema que Monteiro alega que seus ex-assessores tiveram parte junto com o empresário Rafael Sorrilha, e uma faixa com “Guerrero Brasileiro”, o que foi manifestado pelos apoiadores. A irmã de Gabriel, Giselle Monteiro, que é candidata à ALERJ, também está presente.
Já militantes contra Monteiro levaram faixas o acusando de estuprador, pedindo a sua prisão e a sua cassação. Gritos de ambos os lados puderam ser ouvidos, incluindo menção a palavra “novinha”, usada por Gabriel em um áudio, o qual assume ter relações com menores de idade.
O parlamentar foi investigado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar depois de acusações de assédio sexual, estupro, forjar vídeos para a internet e filmar suas relações sexuais com uma menor de idade, o que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, é crime. Por unanimidade, o Conselho decidiu sobre a cassação.
Nesta quarta-feira (17), o Conselho de Redação e Justiça já havia negado um recurso imposto por advogados do vereador contra o relatório final feito pelo Conselho de Ética.
Relembre as acusações
Ex-funcionários da equipe de Gabriel Monteiro o denunciaram por crimes de assédio moral e sexual. Em alguns casos, testemunhas alegaram que o vereador ameaçava mostrar seu órgão genital e costumava forçar atos sexuais, inclusive usando da violência. Denúncias de quatro mulheres sobre estupro também foram incluídas no processo.
Segundo os ex-assessores, Monteiro também forjava vídeos, inclusive com menores supostamente em situação de necessidade de ajuda, para a internet. Conforme a denúncia, houve também exposição vexatória e violência física de pessoas em situação de rua, como a de um homem instado a roubar a bolsa de uma mulher, na Lapa, e depois reprimido pela equipe do vereador, incluindo policiais militares. O parlamentar alegou que as gravações faziam parte de um “experimento social”.
A filmagem de relações sexuais, principalmente com uma menina de 15 anos, também entrou no relatório final. De acordo com os ex-funcionários, Gabriel sabia da idade da jovem e também costumava visitá-la na escola. O Tribunal de Justiça do estado (TJ-RJ) aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) sobre o caso e o vereador virou réu.
No entanto, o parlamentar nega a acusação. Monteiro já havia revelado, em seu depoimento, que grava as suas relações sexuais para se precaver de denúncias sobre estupro. O vereador também alega que não sabia da idade da menina pois ela teria mentido afirmando que seria maior de idade.
Contudo, áudios que circulam pelas redes sociais mostram Gabriel falando que gosta muito de ‘novinhas’. Através de seu Twitter, o ex-PM alega que a gravação é antiga e corresponde a uma zoação. Segundo Monteiro, isso não seria um crime.
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