Política

Witzel perde apoio na Alerj e pode virar alvo de CPI

Rio de Janeiro -  Pronunciamento do governador Wilson Witzel e secretários de Estado, no Palácio Guanabara, sobre a morte da menina Ágatha Félix durante ação da Polícia Militar no complexo de favelas do Alemão. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Pronunciamento do governador Wilson Witzel e secretários de Estado, no Palácio Guanabara, sobre a morte da menina Ágatha Félix durante ação da Polícia Militar no complexo de favelas do Alemão. (Fernando Frazão/Agência Brasil) |  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Aliados criticam a articulação política do governador. Foto: Arquivo / Fernando Frazão/ EBC

Deputados estaduais do Partido Social Liberal (PSL) se distanciaram do governador Wilson Witzel (PSC) nesta quarta-feira (16). Após a debandada dos bolsonaristas da sigla, a bancada — a maior do parlamento — foi ocupada por deputados até então da base de Witzel.

O deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL) pediu afastamento da vice-liderança do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Aos parlamentares, durante sessão plenária, Knoploch relatou desgaste com o secretariado de Witzel. No entanto, em nota, atribuiu a saída à fidelidade aos eleitores.

“Em razão da situação calamitosa causada pelo coronavírus, encontro-me integralmente dedicado à defesa dos interesses dos meus eleitores e demais cidadãos do Rio de Janeiro", afirmou o parlamentar.

A liderança de governo, além de articular as demandas do Executivo entre os parlamentares, orienta os votos e tem mais espaço em plenário. O substituto deve ser escolhido pelo governador. Procurado, Wilson Witzel ainda não informou quem será o indicado. O líder, Márcio Pacheco (PSC), permanece o mesmo.

CPI da Saúde

Rodrigo Amorim, um dos deputados mais fiéis da base, apoia CPI da Saúde. Foto: Alerj/Arquivo

No comando da bancada do PSL, e até então componente da base, o deputado Rodrigo Amorim declarou apoio à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar contratos da Saúde. Amorim afirmou que aderiu a iniciativa por questões de transparência e responsabilidade, e criticou a articulação política de Witzel.

"Fomos todos eleitos em 2018 numa guinada histórica do povo brasileiro, que estava confrontando o sistema. O governador tem conduzido bem as políticas de Segurança Pública, que tem sido na minha opinião a melhor em 50 anos, mas a condução da articulação política já não tem a mesma excelência", pontuou Amorim.

Embora as sete vagas para CPIs estejam esgotadas na Casa, o deputado bolsonarista Dr. Serginho (Republicanos) está buscando apoio para abrir a investigação via projeto de resolução. Se antes bastava a assinatura de um terço dos deputados, por conta do alto número de CPIs em andamento a abertura deve ser votada em plenário.

“Vivemos um momento muito sensível de instabilidade econômica e uma crise de saúde sem precedentes no país. O fato de estarmos aliançados com qualquer pessoa que seja independente de posições não justifica que haja ações atentatórias contra o próprio momento de crise econômica”, defendeu Dr. Serginho.

O requerimento cita um contrato emergencial entre a Secretaria de Estado de Saúde com uma empresa de informática para compra de 50 ventiladores pulmonares. O contrato em questão se tornou alvo de inquérito do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que suspeita de superfaturamento.

Apesar das CPIs estarem com os prazos suspensos por conta das medidas de isolamento social, a adesão a CPI cresce na Casa. Deputados do Republicanos, PSL, PDT, SDD, MDB, PSB, PT, PMB, PL, PSD, PHS, PSDB, DEM, Podemos, Novo e PCdoB assinaram o projeto de resolução.

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