A proibição de radares 'ocultos' em rodovias estaduais, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) esta semana, enfrenta resistência no governo. De acordo com Wilson Witzel (PSC), a tendência é de vetar a proposta. O governador comentou o assunto em visita às obras de recapeamento na RJ-104, em São Gonçalo, nesta quinta-feira (24).
“É melhor colocar uma multa disciplinar do que ver a família chorar no velório sobre os corpos dos mortos diante da alta velocidade”, declarou Witzel.
Os deputados estaduais querem que radares de velocidade móveis, portáteis e estáticos estejam visíveis aos motoristas. Para valer, a proposta deve ser sancionada até a primeira quinzena de novembro. O governador afirmou que reunirá especialistas para analisar o projeto.
"Se não tiver a segurança adequada, eu vou pedir licença ao parlamento e exercer meu direito constitucional de vetar o projeto. Advirto da necessidade do congresso observar com atenção esses parâmetros [de velocidade] para que lá na frente não sejamos surpreendidos com mais violência no trânsito”, completou o governador.
Embora o Witzel afaste o caráter arrecadatório dos radares, um dos autores da medida, o deputado Rosenverg Reis (MDB) identifica uma 'indústria da multa' no estado. O projeto foi co-assinado por Gustavo Schmidt (PSL) e Dr. Serginho (PSL).
"A fiscalização de velocidade por radar móvel não possui caráter educativo e instrutivo ao condutor de veículo. Na realidade, possui a função de arrecadar recursos, fortalecendo a indústria da multa, sem apresentar de forma fundamentada a relação com a redução dos índices de violência no trânsito", afirmou Rosenverg na aprovação do projeto.
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