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Saiba como será a vacinação para crianças de 5 a 11 anos
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. O intervalo será de dois meses. No entanto, a previsão de chegada das 20 milhões de doses da vacina Pfizer-Biontech é até o final de março. O anúncio foi realizado durante coletiva no auditório do Ministério da Saúde, na tarde desta quarta-feira (5).
De acordo com a decisão, crianças com comorbidades terão prioridade. Indígenas e quilombolas podem ser vacinados em seguida. A recomendação para prioridade da vacinação de crianças sem comorbidades acontecerá por aquelas que moram com pessoas em alto risco de contaminação. Segundo o ministério, a vacinação poderá ser descrente, ou seja, pelas mais velhas de 11 anos para baixo. Mas a regra ficará sob responsabilidade dos municípios.
Prescrição médica
Ponto polêmico sobre a decisão de vacinar crianças, ficou decidido que não haverá necessidade de prescrição médica. Contudo, o governo reafirmou a recomendação para que os responsáveis busquem opinião médica para atestar a necessidade. Queiroga entende que essa procura ao profissional deixará os pais e responsáveis mais seguros em relação a imunização dos menores.
Nós queremos que os pais procurem livremente as salas de vacinação. O que queremos é o fim desse vírus. Infelizmente, tivemos uma perda de crianças. Não são o grupo que tem maior mortalidade, mas toda vida é importante. Aos pais e mães, todos aqueles que quiserem vacinar seus filhos, o ministério vai garantir doses da vacina e cuidará das normas recomendadas pela Anvisa.
Segundo Queiroga, apesar da audiência e consulta pública realizadas revelarem o interesse de grande parte da população na vacinação de crianças, a decisão não levou as medidas em consideração. O ministro informou ainda que o debate orienta e esclarece as pessoas. De acordo com ele, a audiência não pode desestimular as pessoas sobre a vacinação e serve como uma forma de aprendizado.
O Ministério da Saúde confirmou que já tem compradas 20 milhões de doses da vacina para o primeiro trimestre do ano e mais 20 milhões para o segundo. Para este mês de janeiro, serão destinadas 3,7 milhões que serão entregues aos estados e municípios.
Tempo entre as doses
A secretária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, determinou que o tempo entre a primeira e a segunda dose será de 8 semanas, diferente do prazo de vacinação em adultos que consiste em 21 dias. A justificativa seria o tempo maior para formação de imunizantes dentro do corpo, levando em consideração a novidade que é a vacinação na faixa etária entre 5 a 11 anos.
"São vários aspectos que determinam esse tempo. Primeiro, a experiência porque ninguém nunca viveu isso. O intervalo maior de 21 dias favorece um número maior de imunizantes no corpo. O cenário epidemiológico é muito imporante e também é levado em conta. Os trabalhos também mostram que o risco de se desnvolver uma miocardite é menor quando voce amplia o intervalo de tempo. Nós queremos minimizar os riscos o máximo possível. Se a gente ampliar esse espaço de tempo, terá uma maior proteção para reduzir os riscos adversos"
Números
Durante o anúncio, o secretário de Vigilância Sanitária, Arnaldo Medeiros, apresentou uma pesquisa com o número de casos de Covid-19 e de óbitos pela doença envolvendo a faixa etária entre 5 a 11 anos. Segundo o levantamento, foram 243 mil casos confirmados em 2020 e 324 mil em 2021. O secretário informou que houve um pico entre março e abril do ano passado e uma queda nos meses seguintes.
Sobre o número da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foram mais 6324 casos de crianças hospitalizadas e 311 casos de óbitos. O levantamento aconteceu entre março de 2020 a dezebro de 2021.
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