Atualizada às 12h20.
Nos dias mais quentes do verão, o sol forte e as altas temperaturas requerem cuidados com a saúde e isso também vale para os pets. É que a insolação nos animais pode provocar desmaios, convulsões e até a morte. E para quem aposta em banhos e tosa como opções para garantir alívio dos bichinhos deve ficar atento.
A veterinária, Verônica da Silva Borges explica que a compensação térmica em seres humanos é diferente nos animais.
"Para o animal, o banho não faz diferença se ele toma ou não. O tutor acha que o animal precisa, as vezes até em excesso. Acontece que nós transpiramos, com isso a temperatura fica mais baixa, já com cães é diferente, eles têm poucas glândulas sudoríparas e trocam calor pela boca e língua"
Sendo assim, o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro, Diogo Alves da Conceição, aconselha borrifar água no dorso e nas patinhas para ajudar a resfriar o animal.
"Se ele ficar ofegante, enrole-o em uma toalha molhada com água fria e deixe-o por um tempinho próximos ao ar condicionado ou ventilador. Se o animal mostrar-se inquieto, permanecer com a respiração ofegante e apresentar língua levemente arroxeada, mesmo após as tentativas caseiras de resfriá-lo, leve-o imediatamente ao médico veterinário, mantendo-o envolto em uma toalha molhada com água fria. Em alguns casos, o animal precisa ser inclusive sedado e entubado para melhorar a oxigenação"
Sinais
Ainda segundo a especialista, os animais dão sinais de calor, como por exemplo: respiração ofegante, tremores, salivação e até falta de apetite. Em relação aos cuidados, a orientação é manter os animais em casa e com água fresca.
De acordo com a veterinária, se expostos ao calor, todas as raças sofrem bastante, mas o excesso de peso pode ser ainda mais prejudicial.
Complementanto a colega, a também veterinária Renata Duarte, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) reforça que as raças mais afetadas pelo calor são Weimaraner, Beagle, Shnauzer, Cocker e Dachshund. Além das braquicefalicas, conhecidas por apresentarem uma cabeça de formato achatado e o focinho encurtado como Pug, lhasa-apso, Shih-tzu, Boxer e Buldog. Entre os felinos, a especialista cita o Persae e o Maine-coon.
Passeio
Que os pets amam passear, todo mundo sabe, mas é preciso estar atento aos melhores horários para fazer a alegria dos bichinhos. Segundo as veterinárias, o ideal é que o passeio seja feito antes das 10h ou depois das 18h. Além disso, também é aconselhavél que o tutor passe protetor solar nas orelhas e focinhos dos cães. Segundo Renata Duarte, também é necessário reparar na temperatura do chão antes de caminhar com o animal.
"Em dias muito quentes, mesmo em horários de sol menos intenso, observe a temperatura do piso antes de sair para a caminhada e, assim, evite que o sol queime as patinhas. Mantenha a água da vasilha sempre fresca e em locais de fácil acesso. Leve água para oferecer também nas atividades de rua enquanto ele se exercita. Caso note cansaço durante a caminhada, faça tempos de pausa para que ele possa recuperar o fôlego e evite longas distâncias"
Ainda segundo Renata, gatos são mais suscetíveis a problemas quando passeiam em dias de calor excessivo. Devido, normalmente, ao estresse de sair de casa.
Apenas nesta semana, a veterinária, Verônica da Silva, relata ter atendido dois casos graves, sendo um filhote de 50 dias, que não resistiu e veio a óbito, e uma labradora de 4 anos que está em recuperação. Além disso, outro alerta fica para passeios na areia da praia, que segundo a veterinária também pode ocasionar graves queimaduras.
Complementando a fala das colegas de profissão, Diogo Alves da Conceição, ainda recomenda trocar o asfalto pela grama, já que o asfalto retém mais calor.
Por fim, o veterinário informa que cães agressivos devem usar focinheira de ferro, um modelo que não impede a abertura da boca durante os passeios.
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