Cidades
Imóvel abandonado gera insegurança na Zona Sul de Niterói
No local onde funcionava um badalado restaurante em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, hoje é motivo de preocupação para moradores vizinhos do imóvel. Isso porque, segundo denunciantes, o estabelecimento está abandonado e sofre constantemente com invasões de pessoas em situação de rua, que chegaram a tentar invadir um apartamento do prédio ao lado.
A professora Rita Rangel conta que devido à preocupação com a segurança, ela e outros moradores de dois edifícios próximos precisaram se unir para que algo fosse feito.
"Tudo começou no último dia 7 de dezembro quando percebemos que o imóvel havia sido invadido. Desde então, não temos mais sossego e a nossa preocupação é acontecer algo mais grave. Eles já chegaram a pular para as instalações do prédio, e tentaram acessar a janela do segundo andar do nosso prédio. Estamos temerosos com essa situação", afirmou.
Ainda de acordo com a moradora, moradores tentaram contato com o locatário do imóvel a respeito do que estava acontecendo, mas o retorno não foi positivo.
"Ele [locatário] me disse que não tinha responsabilidade com a segurança. Então, a partir daí, consegui localizar o proprietário do imóvel, que me atendeu bem, e expliquei tudo o que estava acontecendo sobre as invasões, inclusive que acionamos a polícia em vários horários denunciando. No entanto, ele está omisso e até agora quem tomou providências fomos nós, os moradores", destacou.
Vaquinha
Foto: Karina Cruz
Os moradores não souberam informar quando o restaurante fechou as portas, no entanto, a conta do local no instagram, fez sua última publicação no dia 26 de outubro de 2021.
A enfermeira Elisa Viegas, que também é vizinha do local abandonado, atentou que o terreno ao lado do antigo restaurante é usado por pessoas em situação de rua para acessar o imóvel.
"Precisamos nos juntar com outros moradores para fechar uma entrada que antes era bloqueada com uma chapa de ferro, que provavelmente foi furtada. Após isso acontecer, nós chegamos a entrar em contato com a prefeitura, e pedimos prioridade. No entanto, por ansiedade e medo de algo acontecer, acabamos fazendo por conta própria. Compramos os materiais e pagamos um pedreiro para fechar o acesso, e também uma pessoa para limpar o terreno. Ainda assim, pedimos à prefeitura que fosse feita a limpeza do terreno e foi nos informado de que não haveria prioridade", afirmou.
Ainda segundo a enfermeira, os moradores ainda compraram uma corrente e um cadeado para evitar novas invasões.
"A prefeitura nos deu até o dia 7 de janeiro para verificar a situação. Além disso, a vigilância sanitária chegou a ir no local e atestou a insalubridade. É uma sujeira, um odor horrível, cheio de lixo por todos os lados. Ou seja, é uma situação que está insustentável. Tudo o que fizemos foi com a permissão do proprietário, ele sabe de tudo, mas ele mesmo não faz nada. Até um segurança, nós pagamos uma noite. Novamente fizemos contato com ele sobre isso, mas não obtivemos sucesso", destacou.
Medo
Com medo, a professora Rita Rangel, que mora no térreo do prédio ao lado do antigo restaurante, relata a convivência constante com a insegurança.
"Eu passo o dia inteiro com a porta trancada. Eu estou com cadeado, duas voltas de chave, além de trinco na porta. À noite, com medo de acontecer algo, ainda coloco bicicleta, escada e até tampa de panela. Meu objetivo é se alguém tentar entrar, eu ouvir. Tomei essa precaução porque percebi que o arame farpado estava retorcido", relata.
De acordo com o major Abrahão Clímaco, coordenador do Segurança Presente em Niterói, equipes são acionadas para o local constantemente.
"Temos patrulhado o local e já chegamos a efetuar prisão de alguns homens efetuando furtos. No entanto, Por se próximo de uma mata, moradores em situação de rua continuam invadindo o local", afirmou. A prefeitura de Niterói foi procurada e informou que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária enviou uma equipe técnica de abordagem social nesta segunda-feira (3) e não encontrou ninguém no endereço indicado. O órgão disse ainda que uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses irá ao local para vistoria. O proprietário do estabelecimento também foi procurado, mas não retornou o contato.
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