Polícia
MP entra na investigação sobre morte de lutador em SG
Um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo Ministério Público, ou seja, uma investigação independente da Polícia Civil será realizada para apurar as circunstâncias que envolveram a morte do lutador Vitor Reis, de 19 anos, em São Gonçalo.
Segundo o MP, agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça (GAP/MPRJ) já estiveram no Morro da Jaqueira, no bairro do Patronato, local onde aconteceu o crime, com a finalidade de identificar eventuais testemunhas e fazer levantamento das câmeras de segurança para possível recolhimento de imagens que possam auxiliar na investigação. A promotoria informou também que manteve contato com o pai da vítima e que toda prova produzida no inquérito policial será analisada e aproveitada junto ao procedimento instaurado.
Reconstituição
Em pouco menos de duas horas, a Polícia Civil realizou, na tarde desta terça-feira (4), a reconstituição para apurar de onde partiu o tiro que matou Vítor. Denise Rivera, delegada e assessora Técnica Especial da Secretaria de Polícia Civil para os assuntos de perícia também esteve no local e disse que o laudo da reprodução simulada deverá ficar pronto em 30 dias.
"Estávamos com cinco peritos e foi possível levantar elementos para produzir o laudo da reprodução simulada. De uma maneira preliminar, deu para entender o que aconteceu"
Leonardo Macheret, delegado titular da Delegacia de Neves (73ª DP), responsável pelas investigações, afirmou que a diligência foi importante.
"Nós conseguimos identificar o local para onde o Vítor teria corrido, e posteriormente teria sido encontrado já baleado pelos policiais militares. O local ainda tá sujo de sangue e nós conseguimos colher material, só para certificar de que o sangue realmente seria do Vítor"
Laudo
Na reconstituição foi possível constatar que o tiro que matou o lutador entrou na lateral direita do corpo e saiu pelo ombro.
"Estamos seguindo a tese de que tudo teria acontecido na forma como foi narrado pelos policiais. Ele [vítima] estaria em uma laje um pouco acima, por isso o tiro entrou nessa inclinação. Vamos aguardar o laudo da perícia"
O delegado disse também que aproveitou o momento da reconstituição para intimar novamente os pais da vítima.
"Precisamos ter mais alguns esclarecimentos, quanto ao modo de vida dele. Suposta, ou não, a participação com tráfico, além de todo o histórico familiar que também é importante para investigação"
O delegado finalizou dizendo que a polícia identificou uma testemunha que afirma ter visto os disparos: "Vamos tentar entrar em contato para ver o que ela tem a acrescentar ao inquérito".
Vacelni Ferreira Amorim, de 58 anos, pai do lutador, voltou a contestar a versão da polícia de que houve troca de tiros.
"Eles vieram na frente da minha casa, começaram a dar tiros para o outro lado e inventaram que houve confronto, mas uma vez a PM mentiu. Sabemos que a corda sempre estoura do lado mais fraco e esse lado é meu. Mas eu tenho dignidade e caráter, não posso deixar meu filho ser passado por bandido ou traficante porque ele não era"
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