Protesto

Estudantes da UFF ocupam reitoria em meio a agressões; vídeo

Imagens foram divulgadas nesta quarta-feira (19)

O protesto teve início após estudantes se deslocarem para a reitoria
O protesto teve início após estudantes se deslocarem para a reitoria |  Foto: Reprodução

Cerca de 40 estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) ocuparam, na noite da terça-feira (18), a reitoria da instituição como forma de protesto e reivindicação por um compromisso efetivo da administração com suas demandas. Nesta quarta-feira (19), 20 outros alunos se juntaram a ocupação e alegam corte de luz. 

O grupo está concentrado no hall de entrada do Centro de Artes, localizado em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. Os ocupantes afirmaram que permanecerão no prédio se nenhuma das reivindicações forem atendidas. 

As pautas reivindicadas são: cota paras trans e travestis, a continuidade de obras que estão paradas em campi do interior, como Campos dos Goytacazes, Nova Friburgo, Rio das Ostras e Volta Redonda; obras nos bandejões, e aumento nas rotas do BusUFF (serviço de transporte da universidade).

De acordo com os estudantes, o processo de iniciativa de ocupação do prédio foi o ápice de uma série de questões que começaram antes da ausência do reitor da universidade, Antônio Cláudio da Nóbrega, na audiência pública, que deveria ter acontecido nesta terça (18), no campus do Gragoatá. 

Segundo o integrante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFF, Gabriel Issa, desde o dia 21 de maio, os estudantes buscam uma via de comunicação com a gestão da universidade. 

No 21 de maio, estávamos numa mesa de negociação composta pelos estudantes e a reitoria. Nessa mesma negociação, a reitoria falou que iria marcar uma audiência pública para discutir as questões orçamentárias dessa entidade. E ela foi marcada pra ontem (terça), e o reitor não compareceu. O fato é que, ele não apareceu na audiência que era um espaço que foi a própria reitoria que propôs. Gabriel Issa, Integrante do DCE/UFF

A ocupação da reitoria aconteceu após os estudantes, professores e funcionários decidirem sair em passeata do campus Gragoatá até a Reitoria. 

‘’Os estudantes, junto com professores e técnicos, optaram por sair em ato ali da UFF do Gragoatá, até a reitoria (Icaraí), e começou um processo de tentativa de entrada no prédio. Foi quando os seguranças começaram a barrar essa tentativa de entrada. Houve um conflito e uma série de agressões’’, contou Gabriel.

Pedaço de cabelo arrancado 

Durante o conflito, uma das estudantes, Brenda de Castro, de 22 anos, chegou a ter um tufo de cabelo arrancado.

‘’Eu senti um puxão no meu cabelo e eu cheguei a achar que havia agarrado em alguma coisa e tentei soltar. Eu cheguei a cair ali no chão. Foi bem tenso, cai por cima de uma colega e aí, quando eu entrei e passei a mão pela cabeça, porque estava muito dolorido, foram saindo vários tufos de cabelo. Foi ai que eu percebi que o meu cabelo não agarrou. Foi um puxão que eu levei’’, relatou.

Apesar disso, não há uma confirmação de quem teria sido o autor da agressão. A estudante também relatou que, na manhã desta quarta-feira (19), o fornecimento de energia elétrica foi interrompido e nenhum representante da universidade se apresentou até o momento.

O que diz a Universidade? 

Em resposta ao Enfoco, a UFF informou que a audiência trataria de questões que poderiam ser representadas pelo pró-reitor de Planejamento, Julio Andrade de Abreu. 

''Levando em consideração que o tema da Audiência previamente acordado com os estudantes em reunião aberta era o Orçamento da Universidade, o pró-reitor de Planejamento, Julio Andrade de Abreu, representou a reitoria cumprindo o acordo de promover um debate aberto com os estudantes para tratar o assunto, visto que o reitor estava cumprindo uma agenda com a Deputada Dani Balbi para discutir a importância do passe livre para estudantes, assunto de grande importância para o corpo estudantil da universidade'', explicou.

''Após tentativas de iniciar a audiência sem sucesso, o Pró-Reitor e a equipe técnica da Pró-Reitoria de Planejamento foram impedidos de sair do local por um grupo de estudantes, que trancaram o auditório, exigindo a presença do reitor como condição para liberar os servidores. Após algum tempo, esses estudantes seguiram em ato até a Reitoria e forçaram a entrada do prédio da administração central, agredindo os funcionários que trabalham na segurança patrimonial do Cine Arte UFF'', diz a universidade. 

A gestão da Universidade também afirmou que as tentativas de comunicação com o corpo discente chegaram num ''ponto insustentável'. 

''Esses acontecimentos demonstram que as tentativas de diálogo chegaram a um ponto insustentável. Diante da gravidade do ocorrido, a Reitoria decidiu cancelar o conjunto de audiências que estavam agendadas para discutir o orçamento em todos os campi da universidade. Ressaltamos que esta medida se tornou necessária para garantir a segurança de todos os membros da comunidade acadêmica e preservar a integridade do ambiente universitário'', enfatizou a nota.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) também afirmou que "todas as medidas legais serão tomadas para apurar e responsabilizar envolvidos nos excessos cometidos". E emitiu uma nota em relação ao episódio, na qual repudia o que chamou de "graves episódios de violência e desrespeito dos estudantes". Leia através deste link.

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