Arte

Entenda a batalha de dubladores e artistas contra a IA

Movimento chegou a paralisar os estúdios em Hollywood

A atriz Adriana Albuquerde alerta para os riscos a partir do uso da IA
A atriz Adriana Albuquerde alerta para os riscos a partir do uso da IA |  Foto: Marcelo Eugênio

O mercado de dublagem teve um aquecimento durante e depois da pandemia. O volume de produções fez com que profissionais dobrasse ou triplicasse as demandas. Séries, filmes e jogos em diversas plataformas tiveram que recorrer às vozes humanas. Mas um problema vem tirando o sono dos profissionais do setor: a Inteligência Artificial (IA).

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O recurso chegou para impor regras e dominar alguns setores. Algumas ferramentas já utilizam, exclusivamente, suas funções. Seja para auxiliar ou simplesmente substituir nós, humanos.

Como ajuda, tudo bem. O problema está quando ameaça profissões e coloca em risco as pessoas, tornando-as obsoletas.

Dublagem em risco

Essa é a batalha travada contra a ferramenta tecnológica não só dos dubladores, mas de atores, roteiristas e atores. Apesar do aumento nas produções, a substituição total ou parcial fez com que o movimento grevista dos roteiristas em Hollywood, que também foi aderido outros trabalhadores envolvidos com a sétima arte, durou de maio a setembro, e foi a segunda maior paralisação desde os anos 60.

“A gente precisa dessa greve por conta de quererem colocar IA e de acabarem com as profissões dos artistas, todas as nossas profissões, teve um pouco de retração neste ano de 2023. Os streamings não param de faturar, estão cada vez mais produzindo e ganhando. Nossa luta é que a gente ganhe o justo pelo nosso trabalho”, comenta Adriana Albuquerque, atriz, dubladora e diretora de dublagem em um estúdio localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

A paralisação teve o intuito de pressionar as produtoras, ávidas por altas cifras e sedentas ainda mais em economizar, e cortar ao máximo seus custos, inclusive abrindo mão de material humano em suas produções.

Mas, mesmo com o fim da greve, não há garantias de que a (des) inteligência não vá produzir um roteiro baseado em algumas instruções de seu autor. Ou mesmo um registro da voz de um ator que nem dele vai precisar para gravá-lo.

Ou ainda rejuvenescer ou recriar a figura de um personagem, seja para ficar mais jovem, ou para aparecer em determinadas cenas. Fato é que o cinema, em si, já utiliza alguns esses recursos. A ferramenta precisa, mais do que nunca, ser mais um braço na engrenagem onde os filmes são feitos, para que a experiência de vê-los seja ainda mais prazerosa.

Cícero Borges - Dá o Play

Cícero Borges é jornalista e chefe de reportagem no Enfoco Site de Notícias. Amante de boa música e da sétima arte, ele fala sobre lançamentos e comenta sobre as principais obras de sucesso nacional e internacional.

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