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    Locadoras dos novos tempos: canais de streaming disparam no Brasil

    O avanço tecnológico e a nostalgia da locação de fitas

    Publicado 16/11/2023 às 17:08 | Autor: Cícero Borges
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    Locadora era tradição do final de semana
    Locadora era tradição do final de semana |  Foto: Divulgação

    É fato que o Brasil está entre os países que mais possui pessoas conectadas à internet. Dentro dos lares esse número alcançou no ano passado, segundo pesquisa recente do IBGE, 68,9 milhões.

    E com a facilidade de ter filmes e séries à sua escolha através do controle remoto da TV, aliado a umas poucas assinaturas, claro, a quantidade de pessoas com acesso às plataformas de streaming foi registrada em 43,4% ou 31,1 milhões de cidadãos. É a primeira vez que esse levantamento é feito pelo instituto.

    Nostalgia

    Tem a inegável facilidade. Mas por outro lado, práticas comuns nos foram tiradas com o avanço das tecnologias. Como uma simples saída de casa até a locadora. Minha primeira memória é do cheiro que tinham esses ambientes. Fora que, uma vez na frente da loja, valia uma conferida nos lançamentos pelos cartazes.

    Depois, entre os labirintos das prateleiras, seguia por todos os gêneros até chegar a uns quatro ou cinco filmes para que o prazo da entrega fosse estendido por, pelo menos, uma semana. Era preciso maratonar. A TV, em cima do atendente, sempre passava algum filme.

    Já em casa, se fosse em fita, um aviso dizia antes de começar: “Após o uso, favor rebobinar a fita”. Significava voltar o filme depois de ser visto para que um próximo cliente já iniciasse. Por vezes peguei o filme no final e precisava adiar por alguns minutos a experiência até que fosse iniciado de novo. Afora os problemas com cabeçotes sujos dos vídeos cassetes, dava pra se distrair.

    ‘Pagar agora ou na volta?’, ‘Tem esses lançamentos aqui’, ‘Já viu aquele de ação?’, ‘Esse você já alugou na semana passada’. Nem os diálogos sobreviveram e foram substituídos por algoritmos que acham que sabem do que gostamos. Isso sem falar nos milhões de desempregados que ficavam atrás dos balcões. Triste fim.

    Não sei quanto tempo se perdia entre o deslocamento até o local até a escolha dos títulos. Atualmente, o catálogo nos streamings rola, rola, e rola, e ficamos perdidos.

    Mundo a um clique

    Mas não podemos remoer o passado. O mundo avança e é preciso adaptação. Uma infinitude foi criada pelas produtoras, que viram nesse nicho a oportunidade de lançar seus próprios catálogos e títulos. Tendo um ou dois, já é garantia de bons filmes ou séries. Com o mundo a alguns cliques, também dá pra ter acesso a filmes considerados clássicos ou mais raros. Tudo isso com a qualidade de imagem e som que as televisões, hoje, nos proporcionam. Mas as boas lembranças e os perrengues dos tempos passados, ficam na memória.

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