Coluna
Aristóteles, o maior filósofo da humanidade
Formador de suas próprias ideias, superou seu mestre Platão
Dante, o autor da Divina Comédia, dizia que “onde quer que a sabedoria divina de Aristóteles tenha aberto a boca, a sabedoria de outros, parece-me, deve ser desconsiderada”. Ele foi o mestre dos sábios, o melhor expoente da educação antiga para a Humanidade, o maior intelectual da face da Terra.
Nascido em 384 antes de Cristo, em Estagira, na Trácia, pertinho da fronteira com a Macedônia, era filho de Nicômaco, o médico do rei da Macedônia, Amintas. Influenciado pelo pai, começou a estudar física. Também recebeu da família uma educação aristocrática, tornando-se um homem de gestos elegantes e sempre muito bem apresentado.
Tendo ficado órfão bem cedo, foi para Atenas com 18 anos de idade, a fim de iniciar seus estudos superiores. Ali, tornou-se aluno de Platão, na Academia, o que perdurou por 20 anos, tendo estudado artes, filosofia, ciência, religião e política. A partir daí, Aristóteles formou suas próprias ideias, tendo elevado-se em relação a Platão, superando o próprio mestre e tornado-se, no futuro, seu opositor, em muitas teses.
Já com mais de 40 anos de idade, foi convidado pelo rei Filipe para ser tutor de Alexandre, o filho do Imperador, que então contava com 13 anos de idade. Dessa combinação dos deuses, do melhor aluno, ensinado pelo melhor professor, exsurgiu o grande conquistador do mundo, tendo o futuro rei da Macedônia se tornado conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre, o Grande.
Somente quando contava com mais de 50 anos, após regressar e fixar moradia em Atenas, pela segunda vez em sua vida, entre 335 e 323 a.C, o grande sábio iniciou a armazenagem, sob a forma de enciclopédias, de seu conhecimento de uma vida inteira dedicada aos estudos. Aristóteles não teve pressa em escrever, e não tratava de qualquer assunto, se não possuísse uma opinião formada e embasada, acerca do mesmo.
Cada tratado seu abrigava uma vasta área de pensamento, e, não houvesse tido sua trajetória interrompida, teria deixado um legado ainda maior, para a Humanidade. Muito do que deixou escrito se perdeu, uma vez que precisou sair de Atenas às pressas, para não ser assassinado, em 323 a.C , uma vez que era macedônio, e passou a ser perseguido, na Grécia, após a prematura morte de Alexandre Magno.
Refugiou-se em Cálcis, na Eubéia, e faleceu em 322 a.C, em decorrência de uma doença no estômago, da qual sofria há vários anos. Deixou seus manuscritos com Teofrasto, que sucedeu-o no Liceu, onde era professor. Escreveu obras sobre Lógica, Metafísica, Ética, Política, dentre tantas outras, aventurando-se por muitas áreas do saber.
Vivenciou, na Grécia, o momento da transição de Aristocracia para a Democracia, vendo os ideais clássicos serem sepultados, com a chegada de uma nova forma de poder e de educação. Escreveu bastante sobre o modelo educacional ideal, e os motivos pelos quais a nova educação naufragaria.
Escreveu, também, sobre o modelo de Estado em que acreditava, rejeitando muitas das idéias de Platão em A República. Defendeu a junção entre fé e razão, de forma bastante ampla, tendo, na Idade Média, Santo Tomás de Aquino recuperado seus manuscritos e lançado luz, sobre esses ensinamentos, por meio de sua Suma Teológica.
Sobretudo, introduziu a compreensão acerca da busca da verdade, como meta de vida, para chegar-se ao divino. Escreveu sobre a Poética, a Retórica, a Dialética e a Analítica, como formas concretas de confronto de discursos, para o alcance desta verdade.
Sua obra é tão vasta e influente, que até hoje mantém-se atual. Muitas das coisas que Aristóteles escrevia, permanecem em voga, na análise do mundo e de suas questões. É essa a mágica que realizam os grandes sábios: seguem influenciando a Civilização, muitos séculos após sua partida. Santo Tomás de Aquino, com seus estudos e escritos, influenciados pela obra de Aristóteles, foi um dos grandes responsáveis pela preservação de sua memória e de sua vasta herança intelectual, para a Humanidade.
Aristóteles dava aulas caminhando, e possuía tanto um núcleo restrito de alunos, para o estudo de temas mais complexos, formais e científicos, que compunham seus discursos esotéricos, como um público para conversas sobre temas mais populares, os discursos exotéricos.
Disse Hegel, sobre ele: “Se no mundo da filosofia o zelo apropriado prevalecesse, nada seria mais digno de se estabelecer do que um primeiro
ano todo devotado ao ensino de Aristóteles; pois ele é, de todos os antigos, o mais digno de estudo”.
E prosseguiu: “Aristóteles foi um dos gênios mais ricos e abrangentes que já apareceram – nenhuma era tem alguém igual para pôr ao seu lado.”
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