Caso Henry

'Manipuladora', acusa pai de Henry sobre soltura de Monique Medeiros

Leniel Borel conversou com o Enfoco sobre a decisão da Justiça

A juíza Elizabeth Machado Louro concedeu a soltura de Monique, desde que faça o uso de tornozeleira eletrônica
A juíza Elizabeth Machado Louro concedeu a soltura de Monique, desde que faça o uso de tornozeleira eletrônica |  Foto: Rede Social
 

Pai do menino Henry, Leniel Borel se posicionou a respeito da progressão da pena de Monique Medeiros nesta quarta-feira (6). Acusada de participar da morte da criança, em março do ano passado, a ex-professora foi beneficiada por uma decisão da Justiça nesta terça que a liberou do cárcere privado e a colocou em regime de prisão domiciliar, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica e privada de alguns direitos.

O engenheiro de produção classificou como inacreditável a medida e disse que vai recorrer. 

''É inacreditável ver uma decisão como essa, como pai, ser humano, cidadão, ainda mais no momento processual que está. Ainda não acabou a fase de audiência de instrução e julgamento. A juíza deveria se preocupar com a data da próxima audiência. Qual é a data da próxima audiência? Não temos'', questionou. 

Leniel entende que a etapa do processo não condiz com a decisão tomada pela Juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio, a qual criticou.  O pai aproveitou para fazer duras críticas à Monique e destacou que sua personalidade pode ter a ajudado a conquistar e empatia da responsável por julgar o processo.  

''Ela deu um depoimento para a juíza e a mesma se preocupou muito com a segurança dela, com as supostas ameaças. Mas parece que ela não prestou muita atenção no que a Monique falou sobre a própria noite em que o crime aconteceu. Ela falou de forma dissimulada que três pessoas podem falar o que aconteceu com Henry. Deus, a própria criança e o Jairo. Ou seja, ela estava dentro do apartamento e não sabe o que aconteceu?'', indagou. 

Ela estava dentro do apartamento e não sabe o que aconteceu? Leniel Borel, pai de Henry
  

Ele mostra ainda uma preocupação com uma possível soltura do ex-vereador Jairinho. Ele defende que o mesmo argumento para permitir que Monique saia do sistema prisional possa também ser usado a favor do padrasto da criança. 

''Se eles soltaram a Monique por estar sofrendo ameaças, pode ser que soltem o Jairo se alegar sofrer ameaças, porque a prerrogativa seria a mesma. Daqui a pouco o psicopata brasileiro, o cara que matou meu filho, pode estar solto aí também", explicou o engenheiro que também alegou sofrer ameaças.  

''Eu também sou ameaçado. Já veio gente aqui na minha casa me coagir. Já fui coagido por policiais militares e recebi telefonemas nesse sentido. Ela é uma criminosa e parece ter mais direitos do que eu. Eu lido contra um deputado estadual. O Jairo [pai, do ex-vereador] tem muita influência depois de tantos mandatos'', disse. 

Choro todos os dias e tenho que tomar remédios para dormir Leniel Borel, pai de Henry
  

Sobre o sentimento de ter perdido o filho há pouco mais de um ano, Leniel explica que não está bem mentalmente e que se sente incompleto desde o acontecido. 

''Eu choro todos os dias. Tenho que tomar remédios para dormir. A melhor parte de mim não está mais comigo. É como se eu estivesse sem meu coração. Não importa quanta força eu faça, existe uma justiça brasileira que é a favor do réu e não da vítima''. 

Pai tinha um apego enorme ao filho
Pai tinha um apego enorme ao filho |  Foto: Rede Social
  

Monitoramento

Monique foi liberada para cumprir a pena em regime domiciliar e precisará usar a tornozeleira eletrônica. Ela não poderá entrar em contato com qualquer pessoa que não seja de sua família ou de sua defesa. Qualquer contato pessoal, por telefone ou internet, incluindo com testemunhas do caso, terá pena de restabelecimento de ordem prisional. Ela também não poderá voltar para a residência onde viveu com Henry, na Barra da Tijuca, local do crime. 

Henry foi morto em 8 de março do ano passado. O menino, de quatro anos, sofria agressões de seu padrasto, o ex-vereador Jairinho, que continua preso. Monique foi denunciada por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva imprópria, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunhas.

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