Pedro Chilingue
Libertadores e Sul-Americana devem virar Copas do Brasil. E isso é ótimo
Nada é mais gostoso para o apaixonado por futebol do que a reta final dos campeonatos. Se for mata-mata então, é de enlouquecedor. As últimas fases, os jogos decisivos, os gols marcantes, as histórias que ficam... Essa é a essência do esporte mais amado do planeta. É exatamente nesta parte do ano que forjam-se os heróis - e também revelam-se os vilões.
No entanto, as águas do futebol brasileiro — e, consequentemente, do sul-americano — estão tomando um rumo diferente. Apontando uma nova direção, com origem em escolhas feitas lá atrás. Os clubes do Brasil sempre foram, juntos dos argentinos, protagonistas em competições continentais. Mas o histórico carrega tanto as glórias quanto as pancadas. O equilíbrio sempre existiu. Hoje, não mais.
Nossas equipes simplesmente tomaram de assalto quase todos os lugares do pódio. Na Libertadores, o Barcelona do Equador é o único sobrevivente - mas não por muito tempo, já que deve virar presa fácil do demolidor Flamengo. Do outro lado, Palmeiras e Atlético-MG lutam pela outra vaga na decisão. As três maiores potências do país repetindo a briga pela ponta que já acontece no Brasileirão.
Podem tentar justificar com investidores, patrocinadores, loucuras financeiras, mas estão errados. Primeiro porque os argentinos apelaram até para pagamentos em dólares para atrair nomes fortes, e sequer saíram da dupla Boca-River dentre os times relevantes continentalmente. E mais: agora, até os clubes médios/emergentes do Brasil vêm dominando o cenário. Basta olhar para a Sul-Americana.
Deixada de lado por muitos anos pelos brasileiros, a 'Sula' vem tentando ganhar prestígio e até espelhou o seu formato ao da Libertadores. Vem funcionando. Talvez não ainda da forma que desejam, até por ser uma competição secundária. No entanto, as primeiras caras já começam a aparecer. E não por acaso. Clubes muito organizados e competitivos, como Atlético-PR e Redbull Bragantino, têm grandes chances de chegar à final.
Este é o caminho. Profissionalização, investimento e competitividade. Não há mais espaço para o amadorismo. Ver os brasileiros assumirem o protagonismo total de todas as competições é o mesmo que encher a mesa de cases de sucesso a serem repetidos. A partir daí, o esperado é que a solidez esportiva e social dos gigantes comece a inspirar as equipes menores - para, assim, fortalecermos o nosso futebol como um todo, desde as últimas divisões.
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