Sentença
Diddy Combs é condenado a 4 anos de prisão nos EUA
Juiz rejeita pedido da defesa por pena menor

O rapper e produtor Sean “Diddy” Combs foi condenado nesta sexta-feira (3) a pouco mais de quatro anos de prisão em um processo federal nos Estados Unidos. A sentença, de 50 meses, ou seja, 4 anos, 1 mês e 28 dias, foi determinada pelo juiz Arun Subramanian, em Nova York, e superou a pena solicitada pela defesa, que pedia 14 meses, embora tenha ficado bem abaixo dos 11 anos requeridos pela promotoria.
Além do tempo de detenção, Diddy também deverá pagar uma multa de US$ 500 mil (mais de R$ 2.6 milhões, na cotação atual). A audiência de sentença durou várias horas e foi marcada por divergências entre acusação e defesa. Promotores criticaram o artista por manter um evento público agendado para a próxima segunda-feira em Miami, enquanto os advogados apostaram em depoimentos de caráter e até exibiram um vídeo do rapper com seus filhos para tentar sensibilizar o tribunal.
De acordo com o consultor prisional Sam Mangel, que já cumpriu pena em um centro de segurança mínima, afirmou que o artista não deverá enfrentar grandes dificuldades durante o cumprimento da sentença.
Segundo Mangel, o Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn, onde Diddy está atualmente detido, tem condições muito mais duras do que a unidade para a qual será transferido.
O que Diddy alegou
Durante a audiência, Diddy disse estar arrependido e refletiu sobre sua trajetória. “As pessoas podem mudar, eu sei que mudei”, afirmou. “Às vezes, não importa quem você era antes, você fica tão abalado, isso simplesmente muda sua trajetória, te transforma, e para melhor. Às vezes, você precisa passar por experiências da vida”.
No fim da sessão, Diddy se levantou para falar e pediu desculpas à ex-namorada, a cantora Cassie Ventura.
“Não são desculpas”, disse Combs. “Não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro” Ele ainda agradeceu ao tribunal pelo tratamento recebido.
Vossa Excelência me deu a confiança para acreditar no júri e acreditar que eu não precisava testemunhar. O júri veio e sacrificou seu tempo no verão. Eles sacrificaram tempo com seus filhos, e eu os agradeço pelos veredictos de inocência
A ruína de Combs
A imagem de Diddy começou a ficar abalada no final de 2023, quando sua ex-namorada Cassie Ventura o acusou de coerção física, uso de drogas e estupro em eventos conhecidos como “freak offs”, maratonas sexuais promovidas pelo artista. As acusações incluíam a prática de entorpecentes e sessões de dias seguidos.
Horas depois, Cassie recuou após fechar um acordo com o músico. Ainda assim, o caso incentivou outras denúncias, embora a maioria não tenha sido julgada.
Desde então, Diddy tornou-se alvo de diversas ações civis que o classificaram como “predador sexual violento”. Em março de 2024, duas de suas mansões foram alvo de buscas federais. Dois meses depois, veio à tona um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie. Nas imagens, gravadas em 5 de março de 2016, em um hotel de Los Angeles, o rapper arrasta a ex-parceira pelos cabelos enquanto ela tenta fugir.
Quatro meses após o vazamento, Diddy foi preso no hotel Park Hyatt, na Rua 57, em Nova York, sob suspeita de associação ilícita, tráfico sexual e transporte para prostituição. O julgamento começou em maio de 2025, e o veredito foi anunciado nesta semana.
Quem é Diddy Combs?
Sean John Combs, conhecido mundialmente como Diddy ou Puff Daddy, nasceu em 4 de novembro de 1969, no Harlem, Nova York. Hoje com 54 anos, ele foi criado pela mãe após o assassinato do pai em 1972.
Formado em administração pela Universidade de Howard, Diddy ganhou fama como rapper e executivo musical, sendo um dos nomes mais influentes do hip-hop. Produtor de artistas como The Notorious B.I.G., é reconhecido por transformar o gênero de movimento de rua em fenômeno global.
Ele começou na Uptown Records, em 1990, onde rapidamente se destacou e tornou-se diretor. Em 1994, fundou a Bad Boy Records. Seu álbum "No Way Out" (1997) rendeu-lhe o Grammy de melhor álbum de rap.
Além da música, Diddy investiu em bebidas alcoólicas e moda, consolidando-se como produtor e empresário de sucesso, frequentemente reconhecido mais por suas habilidades como executivo do que apenas como músico.


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