Bate-papo
'Niterói é uma maravilha', diz Fábio Porchat em entrevista exclusiva ao ENFOCO
Humorista volta à cidade para encerrar famosa turnê

Se tem uma coisa que Fábio Porchat sabe fazer bem é transformar perrengue em gargalhada. E agora ele volta a Niterói com seu stand-up "Histórias do Porchat" para uma série especial de apresentações. Mas antes da reestreia na cidade, o ENFOCO conversou com o humorista sobre a relação dele com Niterói, suas aventuras pelo mundo e as histórias hilárias que fazem parte do espetáculo.
O stand-up será apresentado na Sala Nelson Pereira dos Santos, no Reserva Cultural, em São Domingos, neste sábado e domingo (22 e 23) e no próximo final de semana (28, 29 e 30), dentro do projeto “Noites de Humor”.
Porchat destacou a importância de iniciar o encerramento da turnê na cidade onde começou.
Niterói é uma maravilha. Estreei esta peça em 2022 na cidade e agora estou voltando para a turnê de despedida, começando novamente por aqui. É o máximo. O público de Niterói é muito animado e querido
Ao falar sobre sua ligação com a cidade, Porchat recordou também momentos inesquecíveis ao lado do amigo Paulo Gustavo, que faleceu em maio de 2021 devido a complicações da covid-19. Ele lembrou com carinho das noites que os dois passavam juntos, entre estudos na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e idas a Niterói.
"Estudávamos na CAL e, de madrugada, pegávamos o ônibus para ir à casa do Paulo Gustavo, que, na verdade, ficava em Itaipuaçu. Então, lembro de algumas noitadas em Niterói com ele (Paulo Gustavo). Se eu contar aqui...”, brincou o humorista.
Conhecido por transformar experiências inusitadas em boas piadas, o humorista acredita que os momentos de maior sufoco são os que mais rendem histórias engraçadas. Para ele, as dificuldades do dia a dia acabam se tornando material para o palco.
Realmente, as histórias de perrengue são as mais engraçadas, né? A gente gosta de rir da desgraça. As coisas que deram certo não são engraçadas para os outros, né? E, nessas viagens, é claro que aconteceram várias histórias
Apesar das inúmeras aventuras que vive ao redor do mundo, Porchat explicou que o espetáculo segue um roteiro fechado e estruturado. No entanto, ele gosta de improvisar no final das apresentações, criando um momento especial de interação com a plateia.
"O show é todo escrito e roteirizado, exatamente como quando começou. Então, eu não acrescento histórias novas, mas acabo levando essas histórias para o programa. Eu levo o conto no programa. Mas, no fim da apresentação, sempre rola um bate-papo com a plateia, pergunto sobre as histórias de viagem deles e acabo contando uma ou outra novidade, mas não como parte do show", contou.
O humorista garantiu que todas as histórias narradas no espetáculo aconteceram de verdade. Segundo ele, por mais absurdas que pareçam, todas são baseadas em situações reais, apenas com um toque de exagero na forma de contar.

"Todas as histórias que eu conto são reais. Eu só conto história real. Mesmo no palco, mesmo no programa, tudo é real. Claro que ali a gente coloca mais emoção, se esforça ao contar, mas não tem mentira. Pode ter, assim, uma lente de aumento em cima daquilo para exagerar um pouco a situação no sentido de reação. Mas tudo o que eu conto no show e no programa é 100% real. Pode acreditar", garantiu o artista.
Entre as muitas histórias do show, uma das mais impressionantes envolve uma infecção intestinal que ele teve na Etiópia. O episódio, que hoje rende risadas, foi desesperador no momento em que aconteceu.
"Olha, a história que mais me deu suador foi a infecção intestinal que eu tive na Etiópia, que foi um negócio horripilante. Eu passei muito mal, achei que ia morrer mesmo, porque estava no sul da Etiópia, em tribos primitivas, e ninguém tinha remédio. Comecei a não me hidratar mais, a não tomar nada. Já tinha colocado tudo pra fora, por cima, por baixo, por tudo quanto é canto. Foi desesperador", narrou.
Além dos perrengues fora do Brasil, Porchat já passou por momentos complicados no palco. Um dos maiores desafios, segundo ele, é quando problemas técnicos atrapalham a apresentação.
"Já teve no palco um momento difícil que é quando o microfone quebra. Eu já entrei um dia, todo mundo aplaudindo, e, de repente, acabou o som. Fiquei no palco tentando falar pro pessoal, mas não estavam ouvindo. Eu falei: 'Eu também não!' E é o mais desesperador, porque quando o microfone quebra, não tem mais o que fazer. Você não pode mais fazer o show. Aí tem que ficar um tempo esperando alguém consertar o microfone. Fico ali com a plateia, com a cara de: 'Ai, meu Deus do céu, o que que eu falo agora?' Esse é o momento mais desesperador, é quando o microfone quebra", brincou ao contar ao ENFOCO.

Além dos desafios técnicos, o humorista já enfrentou situações de verdadeiro susto. Durante uma viagem à África, um incidente inesperado o deixou em pânico.
"Quando o hipopótamo bateu com a cabeça no meu bote, e o bote quase virou no meio do rio Zambeze, ali eu fiquei receoso. Na hora, eu não entendi o que aconteceu. O guia disse que foi uma pedra. Mas, quando percebemos que tinha sido o hipopótamo, ficamos muito tensos", falou Porchat.
O humorista também brincou com a evolução da sua carreira e refletiu sobre como seu "eu" de dez anos atrás reagiria ao vê-lo hoje.
Eu acho que o Porchat de 10 anos atrás ia dizer: 'O que é isso, hein? Tá viajada, hein, menina? É, conheci uns lugares maneiros’. Porque eu acho que o Porchat de 10 anos atrás também estaria fazendo stand-up. Então ele ia olhar agora e dizer: 'Pô, o stand-up firme e forte nesse Porchat mais velho'
Apesar do sucesso da turnê, Porchat garante que essa será a última chance de assistir ao espetáculo "Histórias do Porchat". Ele afirma que essa despedida é definitiva.
"Olha, do 'Histórias do Porchat', é a última turnê mesmo. Não é como o fim do Exalta Samba, não. É verdade e irreversível. Claro, eu posso fazer o 'Histórias do Porchat 2', né? Mas esse espetáculo, com essas histórias, vai se encerrar no fim deste ano. Então é hora de aproveitar. Se quiser dar risada, vai lá no teatro, que vocês vão gostar", revelou ao ENFOCO.


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