Saúde
Controle emocional: o desafio de se manter saudável
Especialista revela segredos de uma mente sã
O Big Brother Brasil vem nos mostrando desde a edição do ano passado, que manter o controle emocional tem se tornado cada vez mais difícil. Mas acontece que as ações na casa acabam refletindo a sociedade, que após dois anos de pandemia, percebe que a saúde mental dos sobreviventes dessa tragédia está completamente comprometida. Dessa forma, muitas pessoas estão sendo diagnosticadas com ansiedade e pânico, as quais têm ligação direta com as emoções.
Na edição do reality de 2021, a cantora e apresentadora Karol Conká foi duramente criticada e 'cancelada' em massa pela web por sua postura e atitudes no programa. Já na edição deste ano, a atriz e cantora, Maria, perdeu a cabeça em duas ocasiões.
A sister se descontrolou em dois 'Jogos da Discórdia', e assumiu a raiva que estava sentindo tanto de Natália quanto do Arthur, e acabou sendo expulsa do reality, após bater com um balde na cabeça da sister na dinâmica que consistia em apenas molhar o oponente.
"Ela (Natália) me deixou com muito ódio. Eu não raciocinei na hora que eu fiz, sabe? Segunda vez que eu sou agressiva, com o Arthur foi a mesma coisa, ele me emputeceu e eu fiz assim na cara dele. Não gostei da minha atitude. Já pedi desculpas e vou pedir de novo", assumiu Maria para Vinicius.
Força mental
O Enfoco conversou com o psicólogo Diego Lanza, que deixa claro que para ter controle sobre as emoções, é necessário se autoconhecer, mas frisa que se manter calmo em ambientes hostis ainda é um grande desafio.
"Pensemos sempre na panela de pressão: se a temperatura não diminui, a pressão só aumenta. Se não abrimos a panela para deixar a pressão sair o que acontece? A panela provavelmente vai explodir. É preciso saber dos seus limites e compreender até quando conseguimos avançar. Abraçar nossas fragilidades é algo pouco comentado, mas não lutar contra elas como se fossem sempre questões a serem superadas. A partir das nossas fragilidades, podemos encontrar nossa potência. Busca-se, na sociedade um culto à performance, à felicidade a todo custo, mas a vida é feita de altos e baixos e precisamos aprender a caminhar nesse desequilíbrio constante. Ser equilibrado não significa nunca surtar, ou sucumbir em dias ruins, mas se manter calmo em ambientes hostis é um desafio e tanto", explicou.
Pandemia tem efeito negativo sobre nossas emoções
Segundo Lanza, os contextos sociais nunca podem ser dissociados de uma compreensão adequada de como sentimos e agimos no mundo. O psicólogo frisa que todo histórico político-social deve ser levado em consideração, para então compreendermos as atitudes. As emoções não elaboradas podem ser gatilhos que trazem à tona comportamentos que não entendemos ou não gostaríamos de ter. O especialista conta ainda que o estresse é um dos grandes vilões do nosso século, mas os sinais que o corpo nos manda não devem ser ignorados.
Tem crescido exponencialmente números de pessoas com esgotamento físico, mental, depressão, ansiedade generalizada e Burnout.
Vale ressaltar que a pandemia tem um efeito muito negativo sobre nossas emoções, afinal, como manter a cabeça saudável depois de perder mães, pais, tios, filhos, e sobrinhos para a Covid-19? Segundo Lanza, as emoções em confinamento são mais delicadas.
"Tem crescido exponencialmente os números de pessoas com esgotamento físico, mental, depressão, ansiedade generalizada, Burnout. Isso tudo contribui para que tenhamos dificuldades emocionais. Nós temos uma tendência a querer comandar o corpo, e tomar remédios e substâncias que nos permitam controla-lo quando ele pifa. Mas às vezes esse corpo está nos passando uma mensagem importante que não podemos ignorar. Situações de confinamento são sempre delicadas e o Big Brother faz tanto sucesso pois o público gosta de acompanhar, ver como cada sujeito se sai nesse desafio ao mesmo tempo que exercemos nosso sadismo de ver o outro sofrer, as vezes para que nós não soframos, as vezes para olharmos espelhos nossos", finaliza.
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