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    Dismorfia do Snapchat: obsessão por aparência em filtros de app já tem nome

    Publicado 10/08/2018 às 14:45 | Autor: Redação
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    Quando temos acesso a um recurso capaz de alterar nossa aparência – supostamente para melhor – em fotos ou vídeos, ficar muito preso ao resultado pode ser uma armadilha. E é justamente isso que vem acontecendo com cada vez mais usuários de apps como o Snapchat ou o Instagram, que usam recursos de realidade aumentada para alterar feições (afinar nariz, realçar as maçãs do rosto, etc.).


    Porém, essa realidade deixou de ser apenas virtual e veio para o mundo de carne e osso: cada vez mais pessoas recorrem a cirurgiões plásticos com um objetivo estranho – ficar parecido com aquilo que é mostrado nos aplicativos, uma versão nada real da pessoa. Pior ainda: as mudanças exigidas pelos pacientes são praticamente – ou até de fato – impossíveis de serem atingidas mesmo com cirurgias.

    Medicina atenta

    O termo “Dismorfia do Snapchat”, apesar de já ter sido cunhada há algum tempo, voltou a se popularizar por ter aparecido em um artigo médico da JAMA Facial Plastic Surgery chamado “Selfies – Living in the Era of Filtered Photographs” (“vivendo na era de fotografias com filtro”). “No geral, os aplicativos de mídia social, como Snapchat e Facetune, estão proporcionando um novo padrão de beleza para a sociedade de hoje”, diz o artigo. “Esses aplicativos permitem que você altere sua aparência em um instante e se adapte a um padrão de beleza irrealista e muitas vezes inatingível”.

    Segundo os médicos por trás do artigo, esse fenômeno é perigoso e pode mexer profundamente com a cabeça das pessoas, gerando ideias nada saudáveis sobre como deve ser sua aparência que tem como base algo muito distante da realidade. Assim como em outros tipos de desordem que afetam a maneira como percebemos nossa aparência, a “dismorfia do Snapchat” chega ao ponto de alterar a imagem que vemos de nós mesmos no espelho.

    “A experiência dos seres humanos mais jovens, em particular, a respeito de como se relacionam com sua própria aparência é profundamente diferente do que em qualquer outra época”, disse o dr. Patrick Byrne, diretor do Departamento de Plástica e Reconstrução Facial da Escola de Medicina da Universidade de Johns Hopkins. “Nós costumávamos ter fotografias, é claro, mas olhamos para elas e pensamos nelas com pouca frequência. Agora, estamos neste mundo onde as pessoas estão expostas à sua própria imagem facial milhares de vezes por ano”.

    Distante solução

    É claro que a “dismorfia do Snapchat” é mais do que apenas querer parecer uma versão idealizada de você, acessível por meio de filtros e aplicativos de retoque. É também uma questão do que você vê em primeiro lugar e acha que precisa ser corrigido e, também, como você se compara com fotos de outras pessoas, que muitas vezes são tão retocadas quanto as suas, mas apresentadas como realidade.

    Fonte: TecMundo

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