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Entrevista: retorno a Niterói e lançamento de livro; as várias facetas de Zélia Duncan

Imagem ilustrativa da imagem Entrevista: retorno a Niterói e lançamento de livro; as várias facetas de Zélia Duncan
Cantora falou sobre a carreira e posicionamento político. Foto: divulgação

No lançamento do seu trabalho 'Pelespírito' (2021), pensado e produzido no período mais crítico da pandemia da Covid-19, a cantora Zélia Duncan anunciou, em papo exclusivo ao Enfoco, apresentação em Niterói para o ano que vem, depois de um hiato de mais de dois anos, e sobre as músicas e parcerias de seu novo projeto, lançado em maio, com colaboração do músico pernambucano Juliano Holanda. Sua antiga dupla, que emplacou os sucessos 'Alma', 'Enquanto Durmo' e 'Catedral' (pra citar algumas), Christiaan Oyens, produz o disco e ela conta que segue sendo as mais pedidas em seus shows.

A artista niteroiense fala ainda sobre sua aventura no mundo literário, prometendo o lançamento de um livro para o ano que vem, mas manteve o mistério sobre seu conteúdo. A cantora foi escolhida para ser patrona o projeto 'Favelivro', que acontece neste sábado (18), em Costa Barros, na Zona Norte do Rio. A iniciativa fomenta a leitura através de doações e parcerias com artistas em comunidades cariocas. Zélia também não fugiu às questões políticas e culturais e fez questão de se posicionar 'Não temos porquê ficar procurando líderes que não existem para o ano que vem', dispara.

  • Escolhida patrona do projeto Favelivro, que acontece neste sábado (18) em Costa Barros, no Rio. Como recebeu o convite e qual é sua relação com o mundo literário? Ainda pretende se aventurar no universo das letras?


"Recebi com imensa alegria e estou muito honrada por fazer parte de um projeto tão relevante como o Favelivro. Eu gosto muito de escrever, faço a maioria das minhas letras. Já fui roteirista do Prêmio da Musica Brasileira, por 5 anos, escrevi colunas semanais pro O Globo durante dois anos e ano que vem deve sair meu primeiro livro."

  • Você é nascida em Niterói. Existe alguma iniciativa sua, através de parceria, para trazer o projeto para sua cidade natal ou cidades vizinhas?


"O projeto não é meu, fui convidada a ser patrona de uma das bibliotecas, a de Costa Barros, mas qualquer desdobramento será bem-vindo, especialmente na minha terra".

  • Sabemos que o momento pandêmico foi bem complicado para os artistas. Como você passou por essa fase? Foi nesse momento em que você escreveu músicas para o álbum "Pelespírito" lançado este ano?

"Exatamente. Passei por esse tão delicado momento, criando, conversando pelas redes, fazendo lives e gravei dois álbuns. Pelespírito traz parcerias com Juliano Holanda, foi todo composto em isolamento. Está nas plataformas [de streaming]".

  • Como você enxerga o atual momento da cultura no país? Acha que o cenário político influenciou o setor na sua opinião?


"Claro que sim. Existe um ataque sistemático deste governo à Cultura e à Educação. Tudo ficou pior no Brasil, para quem pensa e faz arte".

'Existe um ataque sistemático deste governo à Cultura e à Educação'. Foto: Roberto Setton | Divulgação
  • Muitos artistas estão se engajando em nome de um ou outro candidato para as eleições do ano que vem. Qual a sua posição com relação a isso?


"Uma coisa é certa: temos que nos posicionar para mudar a atual situação de destruição em que nos encontramos. Quem tiver condições de ganhar do autoritarismo ignorante, deve ser apoiado por todos nós".

  • Ainda sobre política, acha que a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula deve se acirrar para o ano que vem? Você enxerga algum outro nome despontando no pleito?


"Certamente vai se acirrar, tudo vai piorar antes de melhorar. Não temos por que ficar procurando líderes que não existem para o ano que vem. Temos um líder imenso e respeitado no mundo, que aprendeu muito nos últimos tempos e deve voltar ainda melhor, o nome dele é Lula".

  • Na canção "Viramos Pó", existe alguma referência com a pandemia? Você passou por alguma perda que te inspirou de alguma forma para fazer a música?


"Todas as canções de Pelespírito são uma tentativa de documentar aqueles dias. Essa é uma das minhas favoritas".

  • Sobre seus trabalhos, o que podemos esperar da Zélia para 2022? Existe composições guardadas para outro momento? Pretende lançar novos álbuns de inéditas?

"Vou me dedicar a compor mais, sempre, levar Pelespírito pros palcos e lançar meu livro. Fora as surpresas!"

"Alma", "Catedral", e "Enquanto Durmo" são canções que consagraram seus mais de 40 anos de carreira. O público ainda pede? São músicas que não podem ficar de fora do seu repertório?

"Pede sim e acho ótimo. Para ouvir os clássicos, eles têm que trilhar meu caminho comigo e muitas outras coisas passam por mim!"

  • No álbum "Pelespírito", há parceria musical com o compositor pernambucano Juliano Holanda em todas as canções. Ele também aparece na faixa "O Que Mereço" do álbum "Tudo é Um". Como surgiu esse encontro? Onde vocês se conheceram? Podemos esperar novos trabalhos dessa dupla?

"Juliano é um encontro definitivo na minha vida, acredito. Um poeta, músico, produtor, um artista irrequieto e generoso. Já fizemos muitas outras depois do álbum, não vamos parar! Quem nos apresentou foi Almério, cantor pernambucano que amo também".

  • Pretende voltar a se apresentar em Niterói?

"Sempre! O próximo é dia 15 de janeiro, o primeiro, depois de todo esse tempo. Vai ser emocionante pra mim!"

  • Existe algum artista da atualidade que você pretenda ou gostaría de trabalhar junto?

"Eu faço muitas coisas diferentes e tenho cantado e feito parcerias com artistas como Arthur Nogueira, Dani Black, Joana Terra, gravei com Julia Vargas e Daíra e muitos mais!"

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