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    'Floresta argentina' toma conta do MAC e encanta Niterói

    Segundo Costantini, paisagem da cidade se mistura com as obras

    Publicado 12/09/2025 às 17:12 | Atualizado em 12/09/2025 às 17:33 | Autor: André Silva
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    Edo Costantini escolheu o MAC para sua estreia brasileira
    Edo Costantini escolheu o MAC para sua estreia brasileira |  Foto: Divulgação / Claudio Fernandes

    Niterói já é conhecida por sua relação íntima com o mar, pela vista privilegiada da Baía de Guanabara e pelo ícone arquitetônico que é o Museu de Arte Contemporânea (MAC), obra-prima de Oscar Niemeyer. Agora, a cidade da Região Metropolitana do Rio, ganha mais uma camada de significado: a floresta particular do argentino Edo Constantini, revelada na exposição "Através do Véu Verde", aberta no último sábado (6).

    A mostra marca a estreia do artista em um museu brasileiro e não poderia ter endereço mais simbólico. Para Costantini, o encontro entre sua obra e o cenário do município é quase natural. “A energia da cidade me impressionou. Expor aqui é conectar meu trabalho a um território que já respira arte e paisagem”, contou com exclusividade ao ENFOCO.

    O diálogo vai além do MAC. A paisagem de Niterói, que mistura o urbano com o verde e o mar, parece ecoar as próprias reflexões de Edo sobre o invisível que habita a natureza. 

    Aspas da citação
    Aqui sinto uma vibração espiritual, ligada à contemplação. É diferente de Buenos Aires ou Nova York. É como se a cidade me convidasse a criar de outro jeito
    Edo Costantini Artista
    Aspas da citação

    O MAC como parceiro criativo

    Para Edo, o museu projetado por Niemeyer é mais do que espaço expositivo. “O MAC é quase uma obra de arte flutuando sobre o mar. Minha exposição conversa com essa arquitetura futurista e ao mesmo tempo orgânica. É como se a obra de Niemeyer abrisse espaço para que a minha pudesse respirar”, disse.

    Esse diálogo ganha força nas esculturas em bronze criadas em parceria com sua esposa, Delfina Braun, e a arquiteta Delfina Muniz Barreto. Inspiradas em micélios e cogumelos raros, as peças falam sobre dor e cura, mas também sobre conexão, conceito que, para Edo, tem tudo a ver com o cenário de Niterói.

    Exposição fica no MAC até novembro deste ano
    Exposição fica no MAC até novembro deste ano |  Foto: Divulgação / Claudio Fernandes

    Se a floresta de Katonah, em Nova York, foi o ponto de partida para sua produção, Edo já imagina novas inspirações surgindo em solo fluminense. “O encontro com um novo território sempre abre portas criativas. Caminhar aqui já é semear novas imagens e novas obras”, revelou.

    Homenagem a Niterói

    A promessa de futuras criações inspiradas pela cidade reforça o papel de Niterói não só como palco, mas também como fonte de energia para artistas.

    Catedral Viva

    A exposição reúne fotografias em grande formato produzidas ao longo de dez anos, inspiradas em suas caminhadas pelas florestas do interior de Nova York, onde vive. As imagens buscam revelar o extraordinário no ordinário, um exercício de percepção que agora encontra eco na paisagem niteroiense. “A natureza é uma catedral viva. Cada árvore, cada sombra carrega uma presença”, resumiu.

    • 'Floresta argentina' toma conta do MAC e encanta Niterói
      | Foto: Divulgação / Claudio Fernandes
    • 'Floresta argentina' toma conta do MAC e encanta Niterói
      | Foto: Divulgação / Claudio Fernandes
    • 'Floresta argentina' toma conta do MAC e encanta Niterói
      | Foto: Divulgação / Claudio Fernandes

    Além das fotos, a mostra inclui a instalação Opium Whispers, dedicada a Jean Cocteau, e o filme Last Survivors, de 30 minutos, realizado na solidão da pandemia. Narrado pela atriz islandesa Hera Hilmar e com trilha da banda do próprio Edo, The Orpheists, o longa funciona como uma meditação sobre resiliência, luto e esperança.

    Um convite à contemplação

    Para o público, "Através do Véu Verde" se apresenta como experiência multissensorial: fotos, esculturas, música e cinema se misturam em uma narrativa única. “Minha obra é um organismo. Quero que as pessoas não apenas vejam, mas sintam e atravessem a experiência”, explicou Edo.

    Edo Costantini (de amarelo) ao lado do curador Nicolas Martin Ferreira
    Edo Costantini (de amarelo) ao lado do curador Nicolas Martin Ferreira |  Foto: Divulgação / Claudio Fernandes

    No fim, a mostra é também uma homenagem a Niterói, cidade que o artista acaba de descobrir e já se tornou parte de sua trajetória.

    Aspas da citação
    Atrás do véu verde está o convite à contemplação. É a natureza como mistério, mas também como portal para além do visível
    Edo Costantini
    Aspas da citação

    O catálogo da exposição, com 110 páginas, foi organizado pelo curador Nicolas Martin Ferreira e reúne textos do crítico de arte Paulo Herkenhoff e da pesquisadora Barbara Golubicki, ampliando o mergulho e propondo diferentes olhares sobre a relação entre homem e natureza.

    Serviço

    • Exposição ATRAVÉS DO VÉU VERDE (THROUGH THE GREEN VEIL)
    • Edo Costantini
    • Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói)
    • 6 de setembro a 23 de novembro de 2025
    • Terça a domingo
    • 10h à 18h (entrada ate 17h30)
    • Informações sobre ingressos no site oficial do MAC: (Clique aqui)

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    André Silva

    André Silva

    Jornalista

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