Matriarcas do Samba e o legado ancestral no Theatro Municipal de Niterói

Filhas e netas de representantes da mais alta casta do samba apresentam em Niterói o legado e a história do ritmo que se mistura a cultura brasileira. Isso porque, as Matriarcas do Samba fazem apresentação no Theatro Municipal, no próximo sábado (25).

O quarteto, formado por Nilcemar, neta de Cartola, Geisa, filha de Zé Kéti, Vera de Jesus, neta de Clementina e Selma, filha de Candeia, carregam juntas a força da nobreza do samba.

Nilcemar Nogueira, de 61 anos, é uma das idealizadoras do grupo e fundadora do Museu do Samba. Ela garante que além de um espetáculo animado, o público irá conhecer os bastidores do samba e histórias nunca antes reveladas.

"É um compromisso ancestral, é um compromisso com histórias de vida eobras importantes, consagradas da música popular brasileira"

Mulheres do samba

Fundado em maio deste ano, o grupo surgiu da necessidade de união das mulheres na luta pelo samba. As cantoras, que já tinham se apresentado juntas, resolveram se unir para contar a verdadeira história de músicas como 'O mundo é um moinho'. Segundo a neta de Cartola, as pessoas reproduziram um boato, que a canção teria sido composta para a filha do músico, o que não é verdade.

"A história verdadeira é de um amigo dele que tinha uma filha adolescente e saiu de casa. Ela se envolveu com protituição e a partir daí ele fez essa música. A história corrente de que Cartola fez essa música para a filha nem cabe, porque ele fez a canção na década de 70, quando a filha já era uma senhorinha"
Nilcemar, que promete outras curiosidades no espetáculo

Vera de Jesus, Geisa Ketti, Selma Candeira e Nilcemar Nogueira. Foto: Diego Mendes / Divulgação

Encontro

A apresentação no Theatro Municipal de Niterói será o segunda ao vivo do grupo. Fundado ainda na pandemia, elas se apresentaram pela internet, na live que consideraram um sucesso. Nilcemar explica que As Matriarcas do Samba só começaram a aceitar propostas de shows presenciais após todas estarem imunizadas com a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

"Todas já estamos imunizadas, nos sentimos mais seguras, mas os cuidados e o distanciamento permanacem. É mais caloroso ter um encontro com o público, é uma troca maior, uma participação maior. Como as músicas são conhecidas, o público interage e canta junto."
Nilcemar Nogueira, neta de Cartola

Além de músicas inéditas, o repertório contará com clássicos: ‘A voz do Morro’, ‘Alvorada’, ‘Preciso me encontrar’ e ‘Não vadeia Clementina’. E, ainda, sucessos de Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila e Xande de Pilares, entre outros.

O show terá a participação de Tia Surica, madrinha do grupo, e do cantor e compositor Marquinhos Diniz, filho de Monarco, integrante da Velha Guarda da Portela.