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    Tapeçaria de Espraiado é patrimônio imaterial

    Publicado 04/10/2019 às 20:05 | Autor: Deborah Manhanini
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    A artesã Ilma mantém a tradição da tapeçaria. Foto: Alex Oliveira

    A confecção de tapeçarias do Espraiado, em Maricá, vai virar patrimônio imaterial, conforme aprovado essa semana na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

    De acordo com a deputada Zeidan Lula, responsável pelo projeto, o objetivo de tornar o oficio patrimônio imaterial. Segundo a deputada, as tapeceiras do Espraiado surgiram na década de 50, com a chegada a Maricá da tapeceira marroquina Madeleine Colaço. Inventora do "ponto brasileiro" de costura, Madeleine ensinou durante 27 anos a técnica para as crianças e mulheres do distrito de Espraiado, onde morou.

    "A produção foi comercializada com fôlego e hoje enfeita residências e palácios pelo mundo. Graças ao 'ponto brasileiro', as tapeceiras do Espraiado tornaram-se mundialmente conhecidas" explicou.

    Arte

    Nos painéis são utilizadas técnica de bordados, os motivos das tapeçarias se associam a natureza e a cultura brasileira, e principalmente a região de Espraiado e Maricá.

    Tapeceira desde os nove anos de idade, Ilma Macedo, de 69 anos, aprendeu a técnica com a própria Madeleine Colaço e quer que a arte seja valorizada.

    “Aprendi a arte da tapeçaria com Madeleine Colaço, que ensinou diversos pontos comuns, até criar o ponto brasileiro. Hoje o meu objetivo é manter essa cultura, agora com a lei espero que a tapeçaria seja valorizada”, relatou.

    De acordo com a tapeceira uma única peça pode levar até 7 meses para ficar pronta, dependendo do tamanho. Todo o processo é 100% manual, os materiais utilizados são atalagarça, linhas e lã.

    Talagarça, linhas e lã são utilizados na confecção Foto: Alex Oliveira

    Além dos painéis, bolsas também são confeccionadas com o ponto brasileiro. As artes já foram levadas para a França, onde foram expostas.

    A artesã ainda expõe e vende suas peças nos eventos que acontecem no bairro e uma única peça pode custar até R$ 7 mil . Atualmente cinco pessoas ajudam na confecção das peças no ateliê, que fica na casa da Tia Ilma, como é carinhosamente conhecida.

    “São peças únicas, que levam pelo menos cinco meses para ficarem prontas, com trabalho diário e totalmente manual”, contou.

    Serviço

    No próximo domingo (6) o projeto Espraiado de Portas Abertas,  acontecerá entre 9h e 17h, e sertão oferecidas receitas feitas com o aipim, como elemento principal. São muitas opções, para todos os gostos, com o aipim acompanhando a costela de boi, galinha, com carne seca e carne de porco.

    Artesãos também apresentarão seus trabalhos.

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