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Brasil vence Alemanha com três de Richarlison e susto após início avassalador

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Richarlison aterrorizou a defesa alemã e foi o grande destaque da estreia. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Na estreia do futebol masculino na Olimpíada de Tóquio, a Seleção Brasileira derrotou a Alemanha por 4 a 2 no Yokohama International Stadium, na manhã desta quinta-feira (22), e assumiu a liderança do Grupo D. Richarlison marcou três vezes em meio a uma chuva de gols perdidos, onde uma possível goleada historica se transformou em sufoco nos minutos finais.

A Seleção começou tentando impôr seu ritmo de jogo e ocupando o campo de ataque. Sem dar espaços para a Alemanha trabalhar, o Brasil criou sua primeira chance logo aos 5 minutos. Richarlison se antecipou à marcação no meio-campo e esticou para Matheus Cunha. Ele avançou, invadiu a área pelo lado esquerdo e chutou forte para boa defesa de Müller. Antony, sozinho no segundo pau, reclamou bastante.

Na sequência, aos 7, Antony deu linda enfiada de bola, nas costas da zaga alemã, e encontrou Richarlison na cara do gol. Ele finalizou em cima do goleiro Müller, mas ficou com o rebote e mandou para a rede. Muita vibração dos garotos brasileiros, que conseguiram encontrar o gol logo na 'blitz' inicial. Com a qualidade técnica mais do que comprovada, a equipe de André Jardine mostrou rapidamente que vai lutar para comprovar sua evolução em conjunto, personalidade e, principalmente, intensidade.

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Sem conseguir reagir, a seleção alemã sofria com o volume de jogo brasileiro. Aos 14, o zagueiro Pieper recuou mal e deixou Richarlison completamente livre, cara a cara com Müller. Ele tentou driblar o goleiro e foi parcialmente desarmado; na sobra, foi individualista e tentou a finalização, mesmo com Douglas Luiz passando livre ao lado. A bola ainda sobrou para Claudinho, na esquerda, que chutou em cima do arqueiro; no rebote, cruzou para o meio da área, mas a defesa afastou o perigo.

Com as linhas altas e pressionando a saída de bola adversária, o Brasil roubava muitas bolas no último terço do campo - mas começava a abusar da sorte nas chances perdidas. Não fosse o preciosismo e alguns "fominhas", o placar poderia estar bem mais confortável que o magro 1 a 0 - já que, com 20 minutos de partida, a Alemanha praticamente não havia passado do meio-campo.

Mas não demorou para chegar a tranquilidade. Aos 21, Guilherme Arana recebeu belo passe em profundidade de Bruno Guimarães pela esquerda e cruzou na cabeça de Richarlison. Praticamente sem sair do chão, livre no meio da zaga adversária, ele testou firme para a rede e fez o seu segundo gol na Olimpíada. Jardine aplaudiu orgulhoso e o brasileiro começou a sonhar com o segundo ouro consecutivo.

Os alemães só conseguiram finalizar aos 25. Arnold fez lançamento rápido e rasteiro, Nino falhou no corte e a bola ficou com Amiri. Meio sem ângulo, o atacante chutou fraco para defesa tranquila de Santos - que, até então, era mero espectador do confronto. A equipe de Stefan Kuntz não tinha outra opção: ou mudava completamente a postura, ou seria goleada sem piedade.

No entanto, ao avançar seu time, a Alemanha deixava mais espaços para o Brasil. Em contra-ataque puxado por Claudinho, Matheus Cunha fez lindo domínio no círculo central, girando em cima de dois adversários, e esticou para Richarlison na esquerda. O atacante brasileiro, que pediu a camisa 10 para substituir o craque Neymar, mostrou personalidade e marcou o seu terceiro gol em meia hora de Jogos Olímpicos.

Com a vitória praticamente assegurada, os brasileiros reduziram um pouco o ritmo, fazendo um jogo de segurança - trabalhando a bola no campo de ataque, mas sem a mesma intensidade de antes. Mesmo sem fazer força, o Brasil poderia ter chegado ao quarto gol antes mesmo do intervalo: em pênalti cometido pelo zagueiro Henrichs, que colocou a mão na bola aos 45, Matheus Cunha bateu no canto direito e viu Müller voar para defender.

O camisa 9 ainda perdeu mais uma chance incrível aos 47. Em mais uma excelente enfiada de bola de Bruno Guimarães, Cunha ganhou da defesa no corpo, invadiu a área e chutou rasteiro, torto, para fora. O apito final trouxe alívio para os alemães, que não ainda não tinham conseguido encontrar uma maneira de parar o caminhão brasileiro.

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Segundo tempo

O jogo continuou sob total domínio do Brasil na etapa complementar. A equipe alemã até aumentou a sua posse de bola, mas não conseguia produzir. Já a Amarelinha, em cinco minutos, perdeu duas boas chances com Antony e Matheus Cunha - ambos finalizando em cima do goleiro Müller. Mesmo com o placar folgado, a Seleção parecia bem mais perto de marcar do que o adversário.

Encurralada na própria área, a Alemanha via o Brasil jogar com muita amplitude, explorando seus laterais e pontas e rodando a bola à procura dos espaços. Claudinho, livre na área, aos 7, perdeu o tempo de bola e chutou por cima. Na sequência, aos 10, Bruno Guimarães esticou para Daniel Alves na linha de fundo. O experiente jogador cruzou rasteiro, com força, mas Müller fez intervenção fundamental antes de a bola chegar até Richarlison.

Aos 11, a Alemanha ganhou um gol de presente. Amiri arriscou de longe, despretensioso, e Santos aceitou. Em uma bola relativamente fácil no canto esquerdo, ele caiu mas não encontrou a bola. Frango do goleiro do Athletico-PR em um dos raríssimos chutes na direção da meta brasileira. Com isso, a diferença de apenas dois gols no placar já não traduzia mais o panorama real do jogo.

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Aos 17, o Brasil obteve a superioridade também no número de jogadores em campo. O volante Arnold, após 'paulistinha' em Daniel Alves, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. André Jardine aproveitou para mudar um pouco a cara do time, trocando Claudinho por Malcom e renovando as energias da equipe. Somando o atendimento ao experiente lateral brasileiro às substituições, o jogo ficou paralisado por quase cinco minutos.

A Alemanha fez algumas alterações e colocou o time para cima em busca de um gol que colocasse fogo na partida. A cerca de 20 minutos do fim, a Seleção também mexeu - colocando Paulinho e Reinier nos lugares de Richarlison e Antony que, cansados, já haviam perigosamente diminuído o ritmo em campo.

Bruno Guimarães, destaque pelos ótimos passes e lançamentos, desta vez pisou na área para quase marcar o quarto gol brasileiro. Ele recebeu bela assistência de calcanhar de Matheus Cunha e, da entrada da área, chutou no contrapé do goleiro Müller. Destaque alemão na partida, ele conseguiu cair com o braço esticado, evitando o gol que sacramentaria de vez a vitória brasileira.

Quando a partida já se encaminhava para um final morno, a Alemanha diminuiu o placar para a diferença mínima. Em cruzamento da esquerda, Ache subiu mais que toda a zaga para cabecear deslocando o goleiro Santos. A menos de 10 minutos do fim, o gol assustou os brasileiros - que viram o risco de empate em uma partida que poderia ter se transformado em goleada historica.

O jogo virou uma alternância entre oportunidades de matar o jogo e sustos com os avanços da Alemanha. O Brasil seguiu desperdiçando chances no ataque enquanto tentava evitar que os alemães se aproximassem da área. Inseguros com a perda da larga vantagem inicial, os brasileiros passaram aperto até o fim - quando, aos 49 do segundo tempo, Paulinho recebeu em profundidade, invadiu a área e chutou colocado na gaveta. Fim do sufoco e confirmação da importante vitória na estreia dos Jogos Olímpicos.

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BRASIL: Santos, Daniel Alves, Nino, Diego Carlos, Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães, Claudinho; Antony, Richarlison e Matheus Cunha.

ALEMANHA: Müller, Henrichs, Pieper, Uduokhai, Raum; Maier, Arnold, Amiri, Stach; Richter e Kruse.

Outros resultados

Na outra partida da chave brasileira, a Costa do Marfim derrotou a Arábia Saudita por 2 a 1, gols de Abdulelah Alamri (contra) e Kessié, promessa do Milan, da Itália. Al-Dawsari descontou. Com a vitória, os marfinenses ficaram com a segunda colocação do Grupo D.

No Grupo A, o México, campeão olímpico em 2012 ao vencer a Amarelinha na grande final, enfiou 4 a 1 na França. Antuna, Vega, Aguirre e Córdova marcaram para os mexicanos, enquanto o experiente Gignac fez o gol de honra francês. Completando a chave, os anfitriões japoneses fizeram 1 a 0 sobre a África do Sul, tento marcado por Takefusa Kubo.

Pelo Grupo B, a Nova Zelândia superou a Coreia do Sul por 1 a 0, gol de Chris Wood, o atacante de 1,91m do Burnley, da Inglaterra. No outro confronto da chave, o exótico duelo entre Honduras e Romênia terminou também em 1 a 0 para os romenos, com Oliva Casildo (contra) marcando o gol solitário da partida.

Já no Grupo C, a zebra pintou para cima dos hermanos. A Austrália venceu a Argentina por 2 a 0, com Tilio e Wales mandando para a rede.. Já Egito e Espanha ficaram no zero a zero - em uma chave que promete ficar embolada até o final.

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