Esportes
Clubes, jogadores e até príncipe; veja quem se manifestou contra a Superliga
A criação da Superliga Europeia, neste domingo (18), mexeu com todo o mundo da bola. Fundada por 12 grandes clubes - Barcelona, Real Madrid, Atlético de Madrid, Juventus, Inter de Milão, Milan, Arsenal, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Liverpool e Tottenham -, a competição tem como objetivo fazer oposição à Champions League.
A Uefa reagiu mal e anunciou que, em ação conjunta com a FIFA, buscará punir e banir clubes e jogadores das próximas competições organizadas pela entidade. Mas não foi só ela que se posicionou contra a novidade - que promete elitizar ainda mais o esporte, excluindo de vez as equipes de menor investimento.
Bayern de Munique e Borussia, os dois principais clubes do futebol alemão na atualidade, recusaram convites para participar da Superliga.
— Essa decisão significa que os clubes querem implementar a reforma planejada para a Liga dos Campeões. Foi a clara opinião dos membros da Associação Europeia de Clubes que os planos da fundação da Superliga fossem rejeitados — afirmou o CEO do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, em comunicado oficial.
— O Bayern não se envolveu no plano de criação da Superliga. Nós estamos convencidos de que a estrutura atual do futebol garante uma base confiável. O Bayern saúda o novo formato da Champions League porque nós acreditamos que é o passo correto para o desenvolvimento do futebol europeu. A mudança na fase de grupos vai contribuir para aumentar a emoção da competição - disse o CEO do Bayern, o ex-atacante Karl-Heinz Rummenigge.
O Paris Saint-Germain, atual semifinalista da Champions League, também refutou a possibilidade de ingressar na 'rebelião'. Além dos clubes, vários jogadores também se posicionaram contra a separação. O brasileiro Richarlison, do Everton, sempre engajado em causas sociais, foi um deles.
O jogador repostou a mensagem do atleta alemão Mesut Özil, do Fenerbahçe, que afirma que "crianças crescem sonhando em ganhar a Copa do Mundo e a Liga dos Campeões, não qualquer Superliga. O prazer dos grandes jogos é que eles acontecem apenas uma ou duas vezes por ano, não semanalmente. Realmente difícil de entender para todos os fãs de futebol".
O meia Ander Herrera, do PSG, foi outro a se manifestar nas redes. Ele usou palavras ainda mais duras para criticar a atitude dos 12 clubes.
— Amo o futebol e não posso ficar calado diante disso. Acredito em uma Champions melhorada, mas não que os ricos roubem o que o povo criou, que não é outra coisa além do esporte mais bonito do planeta - declarou Herrera.
Já os jogadores do Leeds United entraram com protestos em suas camisas no aquecimento para a partida contra o Liverpool, pela Premier League, na tarde desta segunda-feira (19). As camisetas continham os dizeres "Champions League: faça por merecer" e "futebol é para os torcedores".
Fora de campo
As manifestações também estiveram presentes nas cabines. O comentarista Gary Neville, ex-jogador consagrado na Premier League, pegou pesado nas críticas. Chamando os dirigentes de "impostores", o ídolo do Manchester United criticou o próprio clube do coração e se disse "enojado". Confira o desabafo:
Palavra Real
A polêmica saiu da esfera futebolística e alcançou o plano real. O Príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono do Reino Unido, usou as redes sociais para criticar o novo torneio - os seis clubes ingleses são maioria entre os desertores.
— Agora, mais do que nunca, devemos proteger toda a comunidade do futebol - do mais alto nível até a base - e os valores da competição e justiça em sua essência. Compartilho as preocupações dos fãs sobre a proposta da Superliga e os danos que ela pode causar ao jogo que nós amamos", escreveu em seu Twitter.
Do trono às ruas
Os torcedores também foram às ruas para protestar. Até mesmo os fãs de clubes que participaram da novidade, como o Liverpool. Os gritos de "Você nunca andará sozinho" deram vez às faixas com duros protestos, como "Envergonhe-se. Descanse em paz, Liverpool: 1892-2021".
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