Apaixonadas
Filhas do Almirante: conheça as vascaínas que tomam os jogos
Grupo de torcedoras tem crescido no digital e nas arquibancadas

Jessica, Juliana, Julia, Simone, Camila, Adriane, Mariângela, Caroline, Flavia, Cláudia, Paloma… A lista é longa e só cresce. O que começou com algumas mulheres combinando idas aos jogos do Vasco para não irem sozinhas virou um movimento gigante, cheio de voz, força e ocupação nas arquibancadas.
Hoje, a iniciativa reúne mais de 2 mil mulheres em grupos de WhatsApp e 15,2 mil seguidoras no Instagram, com perfil verificado, vídeos que viralizam e presença cada vez mais marcante nas partidas do clube do coração. O nome virou símbolo: Filhas do Almirante.
A ideia nasceu simples e necessária: ir juntas, se proteger e torcer em segurança. O que ninguém imaginava é que esse desejo era compartilhado por milhares de outras mulheres.
"Criamos um perfil no Instagram para registrar nossos momentos. Uma postagem viralizou, 'furou a bolha', alcançou muitas pessoas, e revelou que inúmeras outras mulheres tinham o mesmo desejo de ir aos estádios", conta Jéssica Bessa, de 32 anos, analista de marketing e uma das fundadoras da página.
A partir daí, conta ela, o crescimento foi explosivo e orgânico:
"O crescimento foi surpreendente e muito rápido, evidenciando o quão importante este espaço se tornou. Atualmente, temos cerca de 2 mil mulheres em dois grupos lotados no WhatsApp. O perfil no Instagram conta com mais de 15 mil seguidores, sendo que 13 mil foram conquistados em apenas 3 dias, o que nos mostra a dimensão do nosso impacto e alcance", reforça Jéssica.
As Filhas do Almirante viraram ponto de encontro de mulheres de todas as idades e cantos do estado: Região Metropolitana, Centro, Zona Norte, Zona Sul e Baixada Fluminense.
Tem advogada, chef de cozinha, assistente administrativo, administradora, funcionária pública, secretária executiva, analista de faturamento: todas unidas pelo amor ao Vasco.

O crescimento do movimento acompanha também a boa fase do time. A cada vitória, aumentam os seguidores, o engajamento e os encontros nas arquibancadas. Mas a presença não depende só dos resultados.
"Estaremos sempre presentes, independentemente da situação do time. No entanto, a recente 'retomada' do Vasco deu um impulso ainda maior para que o nosso movimento crescesse", garante Jéssica.
Nas redes, vídeos de caravanas, cantos da torcida e a vibração feminina viralizam. E não é coincidência que esse movimento tenha nascido no Vasco da Gama. O clube carrega uma história de resistência, inclusão e combate à discriminação. Nos anos 1950, o Vasco já tinha Dulce Rosalina, a primeira mulher a presidir uma torcida organizada no Brasil.

"Assim como a jogadora Marta é uma referência no futebol, as mulheres também devem ser na arquibancada. Nascemos para reforçar e ampliar o ideal de que o estádio deve ser democrático, onde todos têm seu lugar", finaliza Jéssica Bessa.

Ezequiel Manhães
Redator
Jornalista com experiência em hard news e produção audiovisual, tendo como foco reportagens factuais, especiais e conteúdos multimídia. Atua com rapidez, comprometimento e precisão na apuração, tendo como destaques coberturas de temas como política, economia, cidades, segurança pública e comportamento.

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