Esportes
Jogador denuncia racismo na Série B; clube responde com nota bizarra
O empate entre Brusque e Londrina no último sábado (28), pela Série B do Brasileirão, ficou marcado pelo relato do meio-campista Celsinho. O jogador afirmou ter sido alvo de racismo, ao ser chamado de macaco por alguém que estava no camarote do time catarinense.
No final da partida, o atleta do Londrina comentou sobre o episódio em entrevista ao SporTV.
"Eu não sei se ele faz parte da comissão técnica, da diretoria, é um senhor de vermelho que se encontra no camarote. É lamentável, ainda mais se tratando de um ato desse, mais uma vez. Uma equipe de porte médio baixo recém-promovida à Série B de Brasileiro estar cometendo um ato desses é inadmissível, mas as providências serão tomadas", continuou o jogador.
O jogador já havia recebido comentários racistas de narradores e comentaristas de emissoras da rádio de Goiás e do Pará, durante outros jogos do Londrina nesta Série B. Nos dois casos, os profissionais pediram desculpas e foram afastados das emissoras.
Nota oficial
Em nota oficial, o Brusque repudiou o caso e disse que vai tomar "todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime". O clube reforçou ainda que "sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas".
No entanto, o restante da nota oficial causou revolta na web. Apesar de ter limitado as respostas em sua conta no Twitter, a publicação já conta com quase 18 mil comentários. Muitos jornalistas, atletas e perfis oficiais interagiram com a postagem fazendo duras críticas.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo clube catarinense:
O atleta Celso Honorato Júnior, reserva do Londrina E.C., relatou à imprensa que teria sido chamado de "macaco" por membros da Diretoria do Brusque F.C., durante o jogo realizado ontem (28/08).
O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido.
O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira "perseguição" ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de "macaco", mas sim que teriam dito "vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha", o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos.
O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.
Gazeta Esportiva
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