Suspenso
Julgamento de Bruno Henrique é adiado para quinta-feira (13)
Um dos auditores do STJD pediu vista no processo

O julgamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi adiado nesta segunda-feira (10). Depois do voto do relator, o auditor Marco Choy pediu vista do processo, interrompendo a sessão. O caso volta a ser analisado na próxima quinta-feira (13), às 13h.
O Pleno do tribunal começou a julgar o recurso que tenta reverter a punição aplicada em setembro, quando Bruno Henrique recebeu 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil por suspeita de forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores na partida contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023.
Logo no início, o tribunal analisou questões preliminares. Por unanimidade, os auditores decidiram que dois denunciados, amigos do irmão de Bruno Henrique, não poderiam recorrer, porque não pagaram a taxa obrigatória. A defesa do jogador tentou o reconhecimento de prescrição e de preclusão, mas ambas foram rejeitadas.
Em seguida, começaram as sustentações.
O que disse a Procuradoria
O procurador Eduardo Ximenes defendeu que o atleta seja mantido como punido por infração ao artigo 243 do CBJD, que trata de ato que prejudica a própria equipe. Ele alegou que há provas de que Bruno Henrique atuou com intenção.
“Não são indícios. São provas robustas. Basta a conduta que prejudique a própria equipe”, afirmou.
O advogado Michel Assef, que representou o Flamengo, pediu a absolvição. Ele disse que o cartão não foi prejudicial ao clube e que não havia intenção de manipular nada.
Já o advogado do jogador, Alexandre Vitorino, sustentou que Bruno não teve objetivo de mudar o resultado da partida.
“Se o irmão aposta, ele age por conta própria. Não torna Bruno punível”, argumentou.
Voto do relator
O relator, auditor Sérgio Henrique Furtado, votou pela absolvição de Bruno Henrique no artigo 243-A, que trata de manipulação de resultado. Para o relator, as provas não mostram que o jogador tenha agido com o irmão ou com intenção específica de manipular o jogo.
Ele propôs que o caso seja enquadrado em uma infração administrativa, descumprimento de regulamento (artigo 191), com multa de R$ 100 mil, sem suspensão por manipulação.
“O acervo probatório não demonstra que Bruno Henrique tenha atuado para manipular a partida”, disse o relator.
Após o voto, o auditor Marco Choy pediu vista, e o julgamento foi suspenso.
Entenda o caso
O Ministério Público do Distrito Federal apresentou denúncia contra Bruno Henrique em junho, além do irmão dele, Wander Nunes Pinto, e outras pessoas apontadas como envolvidas no esquema. De acordo com a investigação, o jogador teria antecipado ao irmão que receberia um cartão amarelo no confronto entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão de 2023, realizado no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Naquela rodada, o atacante estava a um cartão de cumprir suspensão automática.
Após essa informação, Wander, familiares e pessoas próximas passaram a realizar apostas direcionadas para o cartão do atacante. As casas de apostas identificaram um grande volume de dinheiro investido especificamente nesse evento, o que gerou alerta e acionou os mecanismos de controle das plataformas. Conversas encontradas no celular de Wander durante as investigações reforçaram a suspeita de que o grupo agiu com base na informação repassada.
A Polícia Federal iniciou o inquérito em agosto de 2023, quando observou movimentações atípicas no mercado de apostas vinculadas à partida. Em novembro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. O inquérito foi concluído em abril deste ano, com o indiciamento dos envolvidos.

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