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Lucão lamenta poucos goleiros negros no Brasil

Não foi só dentro de campo que o goleiro Lucão, do Vasco, se destacou neste final de semana. Após grande atuação contra o São Paulo, domingo (22), no Morumbi, o goleiro soltou o verbo sobre dois assuntos diferentes envolvendo o mesmo tema: o racismo.

Primeiramente, falou sobre o caso de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado e assassinado por seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre:

— Esse caso mexeu comigo de uma forma gigante porque ele era da minha cor. Poderia ser eu. Isso é o que mais pesa, poderia ser minha mãe, meus irmãos. Eu vejo esse caso e penso logo na minha família — explicou Lucão ao Jornal O Globo.

O jogador também foi enfático ao comentar a baixa quantidade de goleiros negros no futebol brasileiro - estigmatizados pela perseguição a Barbosa, goleiro da Seleção Brasileira na Copa de 1950, no Uruguai:

— Vai incomodar um pouco o que as pessoas acham, mas pode olhar o retrospecto no Campeonato Brasileiro. São poucos goleiros pretos, é difícil. Então são barreiras que a gente vai quebrando. Por mais que ainda seja difícil, no que vai aparecendo de repente um Lucão, como foi o Aranha, como foi o Barbosa, acredito que isso possa abrir portas. Temos de estar sempre batalhando para sermos os melhores porque sempre vai ter um motivo para quererem diminuir a gente — afirmou.

Lucão foi titular na partida contra o São Paulo (crédito: Rafael Ribeiro/Vasco)

As estatísticas mostram que Lucão está certo. De 42 goleiros que atuaram até agora neste Brasileirão, apenas oito são negros - e só um deles é titular em seu clube: Éverson, do Atlético-MG.

Com o titular Fernando Miguel infectado pelo Covid-19, Lucão deve ser mantido na equipe que enfrenta o Defensa y Justicia, da Argentina, na próxima quinta-feira (26), no Estádio Norberto Tomaghello.

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