Campeonato Carioca
Título carioca traz certezas e sela a paz entre torcida e Abel; veja a repercussão
Tricolor sonha com vôos mais altos ainda em 2022
O título carioca do Fluminense neste sábado (2) levou a torcida à loucura no Maracanã e em todo o Brasil. Eufóricos com a conquista, os tricolores ovacionaram o técnico Abel Braga após o empate em 1 a 1 com o Flamengo, somando 3 a 1 no placar agregado e consagrando alguns fatores importantes dos primeiros meses da temporada.
A conquista foi importante para o treinador, que se viu ameaçado após a dura eliminação na Copa Libertadores diante do Olimpia, no Paraguai. Contestado, Abel ouviu algumas reivindicações, adaptou o esquema tático e mostrou um desempenho satisfatório nas duas partidas da decisão - após atuações inconsistentes nas semifinais contra o Botafogo.
"A relação com o tricolor é muito forte. Não sou e nem quero ser unanimidade, isso não existe em lugar nenhum, mas tenho certeza que a torcida do Fluminense gosta muito de mim, da mesma maneira que os amo", declarou.
Alguns outro fatores foram importantes e até decisivos na construção do novo Fluminense. Em crescente e com a taça debaixo do braço, a equipe das Laranjeiras se prepara para o Campeonato Brasileiro e sonha com vôos altos também na Sul-Americana - onde está na fase de grupos junto de Junior Barranquilla-COL, Oriente Petrolero-BOL e Unión-ARG.
Liderança do Pitbull
Um fator marcante durante toda a conquista do Carioca foi a liderança do volante - e agora zagueiro - Felipe Melo. Contestado à época em que foi contratado, o experiente jogador de 38 anos provou seu valor e foi peça fundamental no esquema tático de Abel. Com muita raça e boa técnica, foi um dos destaques do título.
OUSAAAAADO #RufRuf pic.twitter.com/T15cGRt1zG
— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) April 2, 2022
Depois de começar atuando no meio-campo, foi recuado para a zaga jogando como uma espécie de terceiro zagueiro. Bem nos desarmes, no jogo aéreo e na saída de bola, Felipe ganhou o carinho da torcida com o jeito explosivo e vibrante. O Pitbull tricolor fez ecoar o "ruf ruf" nas arquibancadas e se tornou indispensável ao time titular.
Ressurreição do meia clássico
Antes escanteado pelo próprio Abel Braga, o meia Paulo Henrique Ganso ressurgiu das cinzas na reta final da competição e teve ótimas atuações nas finais contra o Flamengo. Determinante, foi ele quem iniciou a jogada do gol de Germán Cano em momento delicado, quando o Rubro-Negro vencia por 1 a 0 e pressionava pela igualdade no placar agregado.
Com visão de jogo diferenciada e qualidade no passe, Ganso empolgou a torcida e promete lutar por uma vaga no time. Com características consideradas raras no futebol atual, o armador clássico é cobrado por mais intensidade - mas já conta com o carinho da maioria dos tricolores.
Em um time com peças rápidas, como Jhon Arias e Yago Felipe, e bons definidores, como Germán Cano e Willian Bigode, Ganso pode ser o ponto de equilíbrio. Enxergando a sua importância para o título, Abel sabe que a tendência é o meia ganhar mais espaço depois de praticamente não atuar ao longo do Estadual.
Clássico se ganha
Mesmo em momentos de turbulência, o Fluminense manteve um fator importante: o bom desempenho nos clássicos. O Tricolor venceu todos os rivais - sendo uma vez o Vasco, duas vezes o Botafogo e duas vezes o Flamengo. A única derrota foi diante do Alvinegro - e, mesmo assim, saiu de campo classificado à decisão do campeonato.
A superioridade diante dos rivais fez a equipe crescer, chamou o torcedor para perto e deu confiança para a final mesmo após a eliminação trágica na Libertadores. Do Brasileirão de 2021 para cá, o Tricolor derrotou o Rubro-Negro em quatro oportunidades - além do empate nesta segunda partida. O domínio é inegável.
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