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Varejão assina contrato de 10 dias com equipe da NBA
Anderson Varejão está de volta à casa. O pivô brasileiro assinou um contrato de dez dias com o Cleveland Cavaliers, time que defendeu nas primeiras doze temporadas na NBA, a liga de basquete norte-americana.
A cidade no estado de Ohio é também onde o jogador reside desde 2004, com breves passagens por Oakland - onde defendeu o Golden State Warriors por um ano - e Rio de Janeiro, onde jogou pelo Flamengo, sendo campeão do NBB na temporada 2018/19. Varejão estava sem atuar desde a Copa do Mundo da China, disputada em setembro de 2019. Nesta terça (4), a partir das 20h, ele já estará à disposição do técnico J.B. Bickerstaff, para a partida diante do Phoenix Suns, equipe de melhor campanha da liga.
Depois da Copa do Mundo em 2019, o brasileiro retornou a Cleveland para um projeto pessoal de se dedicar à família e tentar uma volta à NBA. Ele e a esposa, a norte-americana Stacy, se tornaram pais da menina Serenee, que nasceu em abril de 2020. Durante o hiato na carreira, que começou em 2019 e se estendeu por todo o período de pandemia, Varejão treinou sozinho em casa, primeiro na garagem e depois no porão da residência do casal.
"Não foi fácil. Mas essa é uma das coisas que marcaram a minha carreira. Nunca desistir. Nunca achar que está perdido", revelou em entrevista coletiva com a imprensa brasileira nesta terça-feira (4).
Aceitar a proposta do Cleveland Cavaliers, pelo contrário, não exigiu muita reflexão. Segundo Varejão, se o convite tivesse acontecido antes, ele teria aceitado. O tempo necessário para os cuidados com a filha recém-nascida não impediu que ele se dedicasse a manter a forma física.
"Foi uma decisão muito fácil e acho que foi acertada. Eu me mantive preparado o tempo todo, a oportunidade apareceu e pude aceitar", disse.
O pivô volta ao time no qual construiu praticamente toda a carreira nos Estados Unidos. Ele chegou à franquia em 2004 e, com ela, alcançou duas finais de NBA, em 2007 e 2015. Curiosamente, ele deixou a equipe justamente quando o 'Cavs' atingiu o seu ápice na história: o primeiro e único título da NBA, na temporada 2015-16. Para dar um tom ainda mais pitoresco a esse episódio, Varejão estava justamente do outro lado da quadra naquela decisão, com a camisa do Golden State Warriors.
Agora, o brasileiro chega a uma equipe em situação completamente distinta. A única coisa que o remete ao passado, provavelmente, é a camisa 17 que voltará a usar. Desde a saída do craque LeBron James, em 2018, o Cleveland Cavaliers tem o menor número de vitórias em toda a liga (apenas 59 neste período). A equipe está em momento de reconstrução, focada no desenvolvimento de jovens.
A média de idade do time é de 24,9 anos, o sétimo elenco mais jovem da liga. Os nomes de maior destaque têm todos entre 20 e 23 anos, incluindo o pivô Jarrett Allen, de 23, que é uma aposta para a mesma posição de Varejão. O brasileiro acredita que pode passar muitos ensinamentos para o núcleo jovem da equipe.
"Fase de renovação nunca é fácil. Quando a franquia passa por essa renovação, tem que entender que muitas coisas vão acontecer. Vai estar ganhando um jogo bem, de repente vai estar perdendo. São muitos altos e baixos. Muitos erros, por ser uma equipe jovem. É o momento de aproveitar esses últimos jogos. Aproveitar para ajudar quem eu puder da garotada mais nova, com a minha experiência. Passar um pouco do que eu vivi aqui dentro. Às vezes você está numa situação ruim mas ela pode piorar. E quando você é muito novo, você acaba não vendo essas coisas", aponta.
Varejão talvez não esteja mais presente quando as jovens promessas de Cleveland finalmente amadurecerem. O pivô assinou um contrato de dez dias, o menor possível na NBA. Provavelmente ficará menos em quadra e mais no banco. Restam apenas oito jogos para o fim da temporada regular e depois disso Varejão não sabe o que o futuro reserva para ele.
Aos 38 anos, ele só consegue imaginar como será retornar ao ginásio de Cleveland, antes chamado Quicken Loans Arena, agora rebatizado de Rocket Mortgage Fieldhouse. E esse é um futuro mais do que próximo. É imediato.
"Tenho certeza que vão surgir muitas lembranças, virão muitas emoções, será tudo muito bom. O depois eu não sei. Estou vivendo o momento", conclui.
Aos 38 anos, o pivô volta a sonhar com disputar o Pré-Olímpico pelo Brasil no começo de julho e, se a vaga olímpica vier, voltar à Seleção também nos Jogos de Tóquio.
Agência Brasil
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