Esportes
Vida após Olimpíada: três destaques brasileiros sobem ao pódio neste sábado
Três destaques da delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio seguiram brilhando após o fim da competição. Neste sábado (25), o Brasil celebrou o ouro no tênis de mesa e no boxe feminino - além da prata no judô.
Guilherme Schmidt
O brasileiro Guilherme Schmidt representou o judô nacional no pódio da primeira competição do circuito mundial após a Olimpíada de Tóquio. Neste sábado, o judoca de 20 anos conquistou a medalha de prata no Grand Prix de Zagreb (Croácia), na categoria até 81 quilos. O jovem, medalhista de bronze no Campeonato Mundial júnior de 2019, venceu três lutas e caiu somente para o georgiano Tato Grigalashvili, número um do mundo.
Guilherme estreou derrotando o francês Tizie Gnamien por ippon (pontuação máxima) ao imobilizá-lo com uma chave de braço. Na luta seguinte, venceu o espanhol José Maria Izquieta por wazari (quando o atleta derruba o adversário com parte das costas no tatame; rende um ponto).
Na semifinal, superou o moldavo Dorin Gotonoaga por ippon. Na decisão, o brasileiro sofreu um wazari de Grigalashvili no começo da disputa. O georgiano, quinto colocado em Tóquio, recebeu duas punições por falta de combatividade, mas adminstrou a vantagem para garantir a vitória antes de levar uma terceira advertência, que poderia custar a desclassificação.
Bia Ferreira
Já a pugilista Beatriz Ferreira voltou a figurar no pódio do boxe feminino após a prata no Japão. Desta vez, no topo. Neste sábado, a brasileira ficou com o título da categoria até 60 quilos do Campeonato Mundial Militar de boxe, disputado em Moscou.
Na final, a baiana de 28 anos, terceiro-sargento da Marinha do Brasil, derrotou a venezuelana Krisandi Rios Ojeda por decisão unânime dos juízes. No terceiro e último round, após uma boa sequência de golpes de Bia, a árbitra chegou a abrir contagem para a adversária, o que poderia decretar a vitória por nocaute. A rival se recuperou, mas não o suficiente para tirar o título da brasileira.
A pugilista de Salvador disputa competições internacionais de boxe desde 2017. De lá para cá, só não esteve no pódio no Campeonato Mundial de 2018 (eliminada nas oitavas de final). No ano seguinte, porém, sagrou-se campeã do mundo e medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru).
Bia disputou (e venceu) quatro lutas em Moscou. Na estreia, superou a cazaque Aizhan Khojabekova. Nas quartas de final, no duelo contra a russa Nune Asatrian, a rival foi declarada vencedora pelos árbitros, mesmo sendo dominada na maior parte do combate. A comissão brasileira entrou com um recurso e teve êxito: o resultado se inverteu e a baiana avançou. Na semifinal, ela reencontrou a uzbeque Raykhona Kodirova, a quem já havia derrotado em Tóquio, voltando a ganhar da adversária.
Hugo Calderano
O brasileiro Hugo Calderano fez história neste sábado ao conquistar o WTT Star Contender de Doha. Na final, o carioca de 25 anos, número oito do ranking da Federação Internacional da modalidade, venceu o esloveno Darko Jorgic (25°) por 4 sets a 2 (11/5, 6/11, 10/12, 11/9, 11/3 e 11/9).
Foi o primeiro título de Calderano em um torneio de nível Star Contender pela WTT, criada pela ITTF para organizar as competições internacionais. Até o ano passado, eventos assim eram chamados de Platinum, sendo os segundos em importância no circuito mundial. A melhor campanha anterior do brasileiro em um Platinum havia sido em 2018, também em Doha, quando foi vice-campeão. Trata-se agora, portanto, da maior conquista da carreira do atleta.
O resultado garante a Calderano uma premiação de US$ 25 mil (o equivalente a R$ 142 mil), além de 600 pontos no ranking mundial. Com isso, o carioca se aproxima do quinto lugar da lista da ITTF na próxima atualização.
O duelo contra Jorgic foi equilibrado. No primeiro set, Calderano foi mais eficiente que o rival e venceu por 11 a 5. O cenário se inverteu na parcial seguinte, com o esloveno encaixando os golpes desde o começo e levando a melhor por 11 a 6.
No terceiro set, o brasileiro abriu 10 a 7 e teve três set points, mas Jorgic reagiu, anotando cinco pontos em sequência para ganhar a parcial com 12 a 10. O europeu tentou manter o embalo, mas a força mental do carioca fez a diferença: 11/9 para o número 8 do mundo e duelo empatado.
A partir daí, Calderano foi dominante. Controlou o quinto set do início ao fim, fechando rapidamente em 11 a 3. No sexto, Jorgic esboçou reação após um pedido de tempo quando perdia por 8 a 3, anotando cinco pontos seguidos. O brasileiro, porém, não deixou o filme do terceiro set se repetir, definindo a parcial em 11 a 9 e a partida em 4 a 2.
Antes da decisão, também neste sábado, Calderano teve pela frente o inglês Liam Pitchford (15º) na semifinal. O brasileiro deu poucas chances ao rival e venceu por 4 sets a 1 (11/2, 11/8, 8/11, 11/5 e 11/9).
Agência Brasil
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