Flamengo e Grêmio pararam o Rio, ou, por que não, o Brasil. Afinal, uma semifinal de Taça Libertadores com dois dos melhores times do país não acontece sempre. A expectativa era que o jogo seria difícil, até porque, apesar do favoritismo do Flamengo, o Grêmio foi Campeão há pouco tempo, sem contar a fama de copeiro do time de Renato Gaúcho. Mas nem dos maiores sonhos esperava-se um placar como 5x0. E com essa bela vitória, o +Querido está na final da Taça Libertadores após 38 anos.

O jogo

Sabendo do empate na primeira partida (1x1), cabia ao Grêmio vencer. Ou empatar por 2x2 ou mais. A proposta dos Gaúchos foi bem realizada na primeira metade do jogo. Com uma marcação muito compacta, o objetivo era fechar as possibilidades de toque de bola Rubro-Negro. Renato sabia que essa era a maior virtude. Sendo assim, tudo funcionou muito bem. As poucas finalizações do Flamengo deram uma boa ideia de que tudo estava controlado. Mas o Grêmio sabia que o jogo começou com a classificação do clube carioca. Apesar dessa pressão, quem mais teve oportunidades foi o time de vermelho e preto. Até que, com muita calma, a bola balançou a rede. Após desarme de Everton Ribeiro, Bruno Henrique conduziu a redonda e deixou Gabriel na cara de Paulo Victor.

Após chute com a perna direita meio sem jeito, mas forte, o goleiro adversário espalmou a bola e ela ficou quase em cima da linha. Bruno Henrique, que nada tinha a ver com isso, completou para o fundo do gol aos 42’ e fechando a primeira parte.

Na volta, a ideia de fazer o jogo andar, esperar a lenta morte gremista era uma boa proposta, mas isso não aconteceu. Como característica do time de Jorge Jesus, não havia objetivo de diminuir o ritmo. Após escanteio de De Arrascaeta e corte feito pela defesa, a bola ficou pingando na área, mas Gabriel posicionou o corpo e arrematou um “tirambaço” (como diria Luiz Penido) e fez 2x0. Até lá, o time do Sul já estava cabisbaixo. Em uma jogada despretensiosa na lateral esquerda, a bola foi para a grande área e ficou sobrando, Bruno Henrique, naquela velocidade, se antecipou a Geromel e foi derrubado. Pênalti claro! Gabriel fez mais um e colocou 3x0 acabando com o jogo. E quando todos pensavam que já havia acabado, Pablo Marí deu uma forte cabeçada, clássica jogada na “Primeira trave” – comum em times europeus – e fez o quarto gol. Com a assistência de De Arrascaeta.

Passageiro da agonia, o Grêmio largou de vez o jogo quando É.Ribeiro cobrou falta rápida e só Rodrigo Caio, só Rodrigo Caio se moveu. Bola no fundo da rede de Pauo Victor e Grêmio executado. Fim de jogo: 5x0. Goleada histórica, a maior da história das semifinais da Taça Libertadores.

Pós jogo

Nitidamente o Flamengo é um time diferente. O trabalho do português Jorge Jesus é completamente diferenciado. Uma noção tática talvez jamais vista no nosso país. O time todo joga ainda que a bola esteja no ataque, todos pensam juntos. Quando um sai, o outro cobre. Com o Brasileirão engatilhado, parece não haver limites para o clube.

Já o lado do time sulista, resta o questionamento se valeu tão a pena assim largar o Campeonato Brasileiro. Renato jogou por várias vezes com uma equipe completamente reserva. Precisava mesmo? 100% reserva? Enfim, o Grêmio é um grande time, super copeiro, jamais se pode duvidar, mas o que foi feito no Maracanã, dia 23/10, estará marcado na história.

E agora?

Dia 23/11, Flamengo e River Plate se enfrentam em final única em Santiago (Chile). E, para quem sair vencedor desta partida, dia 17/12 tem Mundial de Clubes da FIFA no Qatar para enfrentar o Campeão Asiático ou o Espérance – time da Tunísia. Conquistando nova vitória, encontro marcado dia 21/12 para a final.

Filipe Vianna - É apaixonado por análises táticas e coberturas esportivas. Ele fala sobre futebol e o mundo dos esportes.