Corrupção

Bolsonaro muda o tom após prisão de Ribeiro: 'Responda pelos atos'

Em março, disse que colocava a 'cara no fogo' pelo ex-ministro

Em março, pasta chefiada por Ribeiro vivia no auge do escândalo de corrupção
Em março, pasta chefiada por Ribeiro vivia no auge do escândalo de corrupção |  Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
 

"Que responda pelos atos dele". Em entrevista a rádio Itatiaia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Ele é acusado de tráfico de influência dentro do MEC. Vale lembrar que, em março deste ano, o chefe do executivo nacional saiu em defesa de Milton e garantiu que, se preciso, "colocaria a cara no fogo" por ele. 

"Se tem prisão, é PF, é sinal que a PF está agindo. Que ele responda pelos atos dele", disse Bolsonaro, completando "Se tem problema, a PF tá agindo, tá investigando. Isso é sinal que eu não interfiro na PF, porque isso vai respingar em mim, obviamente".

Milton deixou a pasta, na época, no auge do escândalo de corrupção dentro do MEC, envolvendo pastores e líderes religiosos. Na ocasião, Bolsonaro usou sua live semanal para defender o ex-ministro. 

"[Sobre] o Milton, coisa rara eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele", afirmou durante live nas redes sociais.

Apesar da afirmação do chefe de estado, Milton Ribeiro foi preso preventivamente nesta quarta (22) pela Polícia Federal por corrupção e outros crimes. O pastor Gilmar Mendes também foi detido.

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Há meses, Milton Ribeiro tem sido alvo de investigação por suposto favorecimento na liberação de recursos para prefeituras por meio da intermediação de dois pastores. 

Os religiosos também são alvo do inquérito que foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Em nota divulgada à imprensa, Milton Ribeiro disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo ele, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.

"Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, disse, ao se manifestar. 

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