Pedido de asilo?
Bolsonaro se escondeu na Embaixada da Hungria ao ser investigado
Informações são do jornal norte-americano ‘The New York Times’
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, se escondeu na Embaixada da Hungria, em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro, após ter seu passaporte confiscado pela Polícia Federal, no começo do mesmo mês e ter dois de seus ex-assessores presos sob as acusações de terem planejado um golpe, após as eleições presidenciais em 2022.
De acordo com o jornal norte-americano “The New York Times” (NYT), Bolsonaro foi até a embaixada quatro dias depois do ocorrido. Imagens de segurança da embaixada, obtidas pelo jornal, mostraram o ex-presidente no local, junto do embaixador Miklós Halmais. O ex-presidente chegou por volta das 21h40, do dia 12 de fevereiro, uma segunda-feira, e saiu na tarde da quarta-feira, dia 14.
Ainda segundo o NYT, Bolsonaro estava acompanhado por dois seguranças, o embaixador húngaro e membros da equipe diplomática. Por ser alvo de um de investigações criminais, ele não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira, já que o local fica legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
A estadia do ex-presidente na embaixada, sugere, segundo o NYT, que ele queria tentar validar sua amizade com o primeiro-ministro Viktor Orban, da Hungria, em uma possível tentativa de fugir da justiça, durante as investigações criminais no seu país.
O jornal norte-americano analisou três dias de imagens de quatro câmeras na embaixada. Uma delas mostrava Bolsonaro chegando na noite de segunda (12), e partindo na tarde de quarta (14). Além disso, o NYT, comparou as imagens da embaixada, incluindo as imagens de satélite que mostram o carro de Bolsonaro chegando, e estacionando na garagem.
Um funcionário da embaixada húngara informou, de forma anônima, confirmou que o plano era receber Bolsonaro, para discutir assuntos internos. Até o momento, a Embaixada da Hungria não respondeu sobre o caso.
Defesa fala em 'hospedagem'
Através de uma nota, a defesa do ex-presidente confirmou que ele passou dois dias na embaixada, visando "manter contatos com autoridades do país amigo, inclusive o primeiro-ministro".
Eles também afirmaram que o ex-presidente segue, "como é do conhecimento público", um bom relacionamento com o premier húngaro, que conheceu recentemente na posse do presidente Javier Milai em Buenos Aires.
"Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo, atualizando os cenários políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news", dizem Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wanjgarten, no comunicado.
Bom relacionamento
Bolsonaro e Orbán mantêm uma relação próxima há vários anos. Durante uma visita à Hungria em 2022, Bolsonaro chamou Orbán de seu "irmão". Mais tarde naquele mesmo ano, o ministro das Relações Exteriores da Hungria perguntou a um funcionário do governo Bolsonaro se a Hungria poderia ajudar de alguma forma na reeleição de Bolsonaro, conforme relato do governo brasileiro.
Em dezembro, Bolsonaro e Orbán se encontraram em Buenos Aires durante a posse do novo presidente de direita da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, Orbán chamou Bolsonaro de "herói".
Como uma figura proeminente da direita e um aliado de longa data de Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, já havia defendido o ex-presidente brasileiro dias antes de Bolsonaro passar duas noites na embaixada húngara após ter seu passaporte apreendido. Orbán, em uma rede social, postou uma foto com Bolsonaro e o encorajou a "continuar lutando".
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