Capturado
Brasileiro acusado por morte de fotógrafo é preso na Bolívia
Crime aconteceu em julho de 2015, na cidade de Canoas

A Polícia Nacional da Bolívia, em ação conjunta com a Polícia Federal brasileira, prendeu em Santa Cruz de la Sierra, na noite de quarta-feira (10), um criminoso condenado pelo assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, de 22 anos, ocorrido em julho de 2015, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O crime, segundo a investigação, foi motivado por ciúmes e envolveu tortura e disparos de arma de fogo contra a vítima.
O condenado que é ligado à maior facção criminosa do Rio Grande do Sul, estava foragido desde 2024 e utilizava documentos falsos para permanecer na Bolívia. Ele possuía quatro mandados de prisão em aberto e constava na Difusão Vermelha da Interpol, sendo procurado em 196 países. Além disso, já havia sido alvo de medidas de sequestro de bens avaliados em mais de R$ 120 milhões no Brasil.
De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi possível graças a informações repassadas pelo Centro de Cooperação Policial Internacional no Rio de Janeiro (CCPI-RJ) e pelo oficial de ligação da corporação na Bolívia.
Em nota, a PF destacou que" o foragido foi entregue em Corumbá (MS) e será transferido para uma penitenciária no Rio Grande do Sul, onde cumprirá sua pena".
A expulsão de criminosos ligados a facções do Brasil por países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, tem se intensificado nos últimos anos como parte de ações de cooperação internacional.
Como o crime aconteceu
O fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni foi encontrado morto em julho de 2015, atingido por 19 tiros. Ele mantinha um relacionamento com uma mulher que era namorada do condenado, mas desconhecia a relação.
Gargioni desapareceu no dia anterior ao crime, quando foi à academia. A investigação apontou que ele foi torturado antes de ser morto. Mais de 300 horas de imagens, gravadas por 80 câmeras de segurança, foram analisadas pelos policiais.
O crime teria ocorrido após a mulher chamar Gargioni para um encontro, que funcionou como armadilha. Ele entrou em um carro sem saber que o condenado estava no banco de trás, armado. O veículo seguiu até a Praia do Paquetá, em Canoas, onde o fotógrafo entrou em luta corporal com os dois envolvidos, mas acabou agredido e morto a tiros.
Em 2023, a mulher foi levada a júri e absolvida das acusações. Antes de ser assassinado, Gargioni trabalhou por pouco mais de dois anos como fotógrafo do Palácio Piratini, durante o mandato do ex-governador Tarso Genro, e atuou em uma produtora de eventos de Canoas.


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