2ª instância
Cantor Leandro Lehart fala sobre condenação por estupro: 'Inocente'
Pagodeiro fez pronunciamento através das suas redes sociais
O cantor e compositor Leandro Lehart, do grupo de pagode Art Popular, que foi condenado novamente em 2ª instância pelo estupro de uma mulher em São Paulo, utilizou suas redes sociais na noite desta quarta-feira (18) para se pronunciar sobre a nova decisão da Justiça.
Paulo Leandro Fernandes Soares, verdadeiro nome de Lehart, foi condenado em primeira instância pelo crime em setembro de 2022. Ele recorreu da sentença da 17ª Vara Criminal de São Paulo, mas teve o recurso negado pelos desembargadores neste mês de setembro.
Em um vídeo publicado em seu Instagram, o compositor diz permanecer com sua essência intacta, mesmo após a denúncia tenha feito o pagodeiro sofrer por muitos anos.
O cantor começa o comunicado dizendo: "Hoje quero me pronunciar a respeito do processo que venho enfrentando já há algum tempo. Tive uma vitória muito importante no julgamento há algumas semanas atrás. O juiz-relator, que estudou o processo de maneira detalhada e profunda, me inocentou das acusações infundadas que venho sofrendo. É um voto extremamente corajoso e simbólico”, afirmou Lehart.
Veja o vídeo:
Apesar da derrota de seu recurso na 2ª instância, o cantor deixou a entender que pretende apelar da sentença dos desembargadores, fundamentando-se no voto do relator do caso no Tribunal de Justiça (TJ-SP), que o inocentou do crime cometido em 2019.
O recurso da defesa do cantor contra a condenação em 1ª Instância foi analisado no último dia 11 de setembro pela 13ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP.
Embora o relator tenha optado por acolher os argumentos de Lehart, os demais desembargadores não concordaram e mantiveram a condenação inicial de nove anos, sete meses e seis dias de prisão em regime fechado, referentes às acusações de estupro e cárcere privado da vítima.
Leandro não teve a prisão decretada, mas poderá ser detido quando o caso transitar em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recorrer das decisões.
Acusações
Leandro foi condenado em primeira instância pelo crime em setembro de 2022, mas recorreu da sentença da 17ª Vara Criminal de São Paulo e teve o recurso negado pelos desembargadores neste mês de setembro.
Em juízo, uma médica psiquiatra que atendeu a vítima em três ocasiões afirmou que não teve dúvidas ao diagnosticá-la com estresse pós-traumático.
O caso foi denunciado pelo portal G1 e pelo programa Fantástico, da TV Globo. A vítima, Rita de Cássia Corrêa, contou detalhes das relações sexuais com Leandro Lehart.
Rita, passou por tratamento psicológico depois de ter conhecido Lehart pela internet e sofrido abuso sexual na residência do cantor. Eles se conheceram pelas redes sociais e passaram a marcar encontros.
Na época, a vítima trabalhava no sistema público de transporte da capital paulista e saiu do emprego por ter ficado abalada e se sentindo culpada com a situação. Ela teve diagnóstico de estresse pós-traumático e chegou a tentar o suicídio.
O que afirmam as partes
Gabriela Manssur, advogada de Rita, afirmou que a confirmação da condenação pelo Tribunal de Justiça "reafirma a credibilidade da declaração da vítima". Confira a nota:
"Bem como comprova que, a partir do momento em que a vítima diz não, qualquer conduta a partir dessa recusa, é estupro! O recado é para que as mulheres confiem na Justiça, pois agora temos uma condenação a uma pena de 9 anos e 7 meses pelos crimes de estupro e cárcere privado, a ser cumprida em regime fechado, confirmada por um Tribunal Superior, sobre fatos que denotaram subjugação e crueldade contra uma mulher. Aliás, ele deveria estar preso."
Davi Tangerino, advogado do artista, enviou uma nota para o portal G1 onde diz que embora o voto do Relator tenha absolvido Leandro Lehart, o Tribunal de Justiça de São Paulo, por maioria, decidiu manter a sentença de primeira instância.
"Os autos estão sob segredo de justiça. A defesa continua acreditando na inocência e recorrerá, confiante de que a verdade será restaurada de maneira adequada pelo Poder Judiciário" diz a nota.
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