Investigação

Cúpula da PM em Brasília é alvo de operação

Militares não impediram atos golpistas em 8 de janeiro

A operação, denominada 'Incúria', deriva da denúncia apresentada nesta semana ao Supremo Tribunal Federal
A operação, denominada 'Incúria', deriva da denúncia apresentada nesta semana ao Supremo Tribunal Federal |  Foto: Reprodução / TV Globo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) fazem, na manhã desta sexta-feira (18), uma ação de cumprimento de sete mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão contra atuais e ex-membros da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

A operação, denominada 'Incúria', deriva da denúncia apresentada nesta semana ao Supremo Tribunal Federal pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, sob a liderança do subprocurador Carlos Frederico Santos.

De acordo com a PGR, os integrantes da cúpula da PM teriam deixado de intervir para impedir atos de vandalismo que atingiram as sedes dos Três Poderes, devido a um alinhamento ideológico com os manifestantes que buscavam promover medidas golpistas. A PM, por sua vez, afirma que a Corregedoria está acompanhando o desdobramento do caso.

Os indivíduos alvos da operação são os seguintes oficiais:

  • Coronel Klepter Rosa Gonçalves (atual comandante-geral da PMDF);
  • Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues;
  • Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra.

Todos esses oficiais enfrentam acusações relacionadas a crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, danificação de patrimônio tombado e violação da Lei Orgânica e do Regimento Interno da PM.

Após uma investigação que se estendeu por sete meses, a PGR concluiu que os membros da PM começaram a trocar mensagens de teor golpista e a disseminar informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano anterior.

Além disso, a PGR verificou que a PMDF estava monitorando as atividades no acampamento golpista estabelecido nas proximidades do Quartel General do Exército em Brasília.

Os procuradores também obtiveram indícios de que a cúpula da PMDF teria infiltrado agentes de inteligência entre os manifestantes, com o propósito de coletar informações. Eles também alegam que esses oficiais tinham plena ciência da extensão e seriedade dos atos que estavam sendo planejados para o dia 8 de janeiro.

A documentação e as conversas obtidas pela PGR contradizem a versão apresentada pelos integrantes da cúpula da PMDF, que haviam afirmado que o sistema de inteligência do Distrito Federal falhou ao não alertar a corporação sobre o risco de invasão dos edifícios dos Três Poderes.

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