Traumas
Demência do pugilista: entenda a doença que matou Maguila
Ex-boxeador estava internado desde 2017 para cuidados médicos
José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, morreu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, em Itu, São Paulo, após lutar contra uma encefalopatia traumática crônica (ETC), também chamada de "demência pugilística" e causada por traumas recorrentes, comuns em esportes de contato, como o boxe.
A doença se desenvolve lentamente e provoca danos progressivos ao cérebro, afetando a memória, a coordenação motora e o comportamento. O ex-boxeador estava internado desde 2017, e sua morte foi confirmada por sua esposa Irani Pinheiro.
Sintomas
Embora os sintomas possam demorar anos para aparecer, eles costumam piorar com o tempo, como foi o caso de Maguila, que passou os últimos anos de vida sob cuidados médicos.
Entre os principais sintomas estão confusão mental, dificuldades motoras e alterações de comportamento. Em casos avançados, a doença pode resultar em incapacidade total, exigindo internações e cuidados contínuos.
A ETC foi inicialmente identificada no início do século XX em pugilistas e, desde então, tem sido objeto de estudo em outras modalidades esportivas que envolvem impactos frequentes na cabeça, como o futebol americano e o MMA.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico definitivo da demência pugilística é difícil de ser feito enquanto o paciente está vivo, pois muitas das alterações no cérebro só podem ser confirmadas após a morte, por meio de exames especializados.
Por não haver cura, o foco é a prevenção, especialmente em esportes de contato, onde as discussões sobre a segurança dos atletas têm se intensificado.
Medidas de segurança
Medidas de segurança e apoio podem ser essenciais para pessoas com demência. É recomendado um ambiente iluminado, seguro e estável, com rotinas estruturadas para auxiliar na orientação. Estímulos como rádio e televisão são úteis, mas o excesso deve ser evitado.
Alterações no ambiente ou na rotina devem ser explicadas de maneira clara, e manter uma rotina diária de atividades ajuda na memória e na sensação de segurança.
Atividades regulares, físicas e mentais, podem contribuir para a independência, e devem ser simplificadas à medida que a doença avança. Além disso, aconselhamento psicológico e medicação podem ser úteis para lidar com mudanças de humor e prevenir pensamentos suicidas.
Para reduzir o risco de encefalopatia traumática crônica, é importante que atletas que sofrem concussões tenham um período adequado de descanso antes de retornar às atividades, sob supervisão médica.
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