Emprego
Demissões em massa no banco Itaú
Sindicato denúncia arbitrariedade e cobra explicações

Trabalhadores do banco Itaú Unibanco foram surpreendidos por uma onda de demissões nesta segunda-feira (8). Cerca de mil funcionários dos setores Centro Tecnológico (CT), CEIC e Faria Lima foram dispensados. Segundo o banco, os profissionais, que atuavam em regime híbrido ou remoto, apresentaram “baixa aderência ao home office” após seis meses de monitoramento.
O Sindicato dos Bancários, ligado a Central Única dos Trabalhadores (CUT), denuncia que as dispensas ocorrem sem qualquer advertência prévia ou diálogo com a categoria, classificando a atitude como 'arbitrária e desrespeitosa'.
Qual foi a justificativa?
De acordo com o dirigente sindical e bancário do Itaú, Maikon Azzi, os desligamentos foram baseados em registros de inatividade nas máquinas corporativas, com alegações de períodos de quatro horas ou mais sem atividade.
Para ele, o critério não considera fatores como falhas técnicas, organização do trabalho, saúde mental e sobrecarga de tarefas. “Consideramos esse método extremamente questionável, pois ignora a complexidade do trabalho remoto e desumaniza as relações trabalhistas”, afirmou Azzi.
Falta de diálogo
O sindicalista ressaltou que, mesmo após seis meses de monitoramento, não houve tentativa de comunicação ou advertência aos empregados. “Não houve feedback, nem oportunidade para defesa. As demissões foram unilaterais e sem transparência, ignorando princípios de negociação, ainda que a reforma trabalhista tenha flexibilizado a necessidade de autorização prévia do Sindicato”, criticou.
O Sindicato dos Bancários informou que já pediu esclarecimentos ao Itaú e cobra a reintegração das vagas para evitar sobrecarga aos demais funcionários.
Lucros bilionários
A presidenta da entidade, Neiva Ribeiro, lembrou que o Itaú registrou lucro superior a R$ 22,6 bilhões apenas no último semestre, consolidando-se como o maior banco do país em ativos.
“Não há justificativa para cortar empregos quando os acionistas acumulam ganhos recordes. Os avanços tecnológicos poderiam melhorar condições de trabalho, mas os trabalhadores continuam sendo sacrificados”, criticou.
Mesmo com lucros em alta, o banco cortou 518 postos de trabalho nos últimos 12 meses, reduzindo seu quadro para 85.775 funcionários.


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