Trilha
'Ela está escorregando', irmã de jovem de Niterói está com medo do pior
Juliana Marins aguarda socorro há mais de 14 horas

A irmã da publicitária Juliana Marins, 26 anos, natural de Niterói, informou que o estado de saúde da jovem, que sofreu uma queda durante uma trilha guiada no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia, vem se agravando. Segundo ela, Juliana está cada vez mais debilitada.
O acidente ocorreu na noite de sexta-feira (20), por volta das 19h (horário de Brasília), equivalente às 5h da manhã no horário local. Equipes de resgate foram acionadas e chegaram à região às 4h30 (horário de Brasília), ou 14h30 no horário da Indonésia. No entanto, as condições do terreno dificultaram o acesso ao ponto onde Juliana se encontra, e socorristas ainda não conseguiram alcançá-la.
Após a queda, a jovem ficou aproximadamente 300 metros afastada da trilha principal. Por volta das 5h (horário de Brasília), uma neblina intensa cobriu o local, e testemunhas afirmam que Juliana pode ter deslizado ainda mais em direção ao precipício.
“O único resgate que conseguiram enviar foi a pé. Não há helicóptero ou outro tipo de apoio, e o socorro deve levar entre cinco e sete horas para chegar — talvez minha irmã não sobreviva”, desabafou Mariana, em entrevista ao G1.
Minha irmã está cada vez mais fraca, eu preciso muito de uma ajuda urgente de um resgate para salvar minha irmã
Inicialmente, esperava-se que uma equipe de montanhistas chegasse por volta das 9h (horário de Brasília), mas a família foi informada que o resgate ainda levaria ao menos duas horas a mais. “Disseram que chegariam em 90 minutos. Já se passaram três horas além desse prazo. Mais de 14 horas de espera por socorro não é normal. E se ela morrer por falta de apoio?”, questionou a irmã, visivelmente preocupada.
"O único resgate que conseguiram enviar foi a pé. Não conseguiram ver nenhum outro tipo de resgate de helicóptero e tudo mais, e o resgate ainda tem umas 5, 7 horas para chegar até lá, talvez minha irmã não sobreviva", desabafou ao g1 a irmã da vítima.
Comunicação via redes sociais
A família foi informada do ocorrido cerca de três horas após a queda, quando turistas espanhóis que também participavam da trilha encontraram o perfil de Juliana em uma rede social e passaram a enviar mensagens para diversos contatos, até localizar uma amiga em comum entre as irmãs.
Por meio de drone, também gravaram imagens que mostram Juliana aparentemente assustada, mas consciente. Esses vídeos foram encaminhados à família via WhatsApp, o que ajudou a confirmar sua identidade.
“Aqui, ela está sem sinal de celular, porque o pacote de internet contratado não funciona naquele local”, explicou Mariana. “Eu fiquei sabendo pelo Instagram.”
Juliana está em viagem pela região desde fevereiro e já passou por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã.
A Embaixada do Brasil em Jacarta confirmou que acompanha o caso de perto e está em contato com os familiares. Em nota enviada ao jornal O Globo, o órgão informou que, embora Juliana ainda esteja isolada na área da queda, ela permanece consciente e consegue movimentar os braços e as pernas.
A previsão é de que o resgate da jovem seja iniciado nas próximas horas. Segundo familiares, já se passaram cerca de quatro horas desde a última vez em que Juliana Marins foi avistada. No local do acidente, na Indonésia, já é noite — o fuso horário está 10 horas à frente do horário de Brasília, sendo por volta das 19h no horário local.
Monte Rinjani
Localizado na ilha de Lombok, na Indonésia, o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto do país, com 3.726 metros de altitude. Imponente e ainda ativo, o vulcão é um dos principais pontos turísticos da região, especialmente entre os amantes de trilhas e montanhismo.
O Rinjani integra o Parque Nacional Gunung Rinjani, uma área de preservação ambiental que abriga florestas tropicais, fauna nativa e formações geológicas impressionantes. No interior de sua cratera se encontra o lago Segara Anak, de águas azul-turquesa, considerado sagrado por comunidades locais. No centro do lago há ainda um cone vulcânico secundário, o Gunung Baru Jari, responsável por atividades eruptivas recentes.
Apesar de menos conhecido que outros destinos indonésios, como Bali ou o Monte Bromo, o Rinjani tem ganhado popularidade entre turistas mais aventureiros. A subida ao cume, no entanto, é considerada uma das mais exigentes do arquipélago. O trajeto, que pode levar de dois a quatro dias, apresenta terrenos íngremes, solo arenoso e clima instável, exigindo bom preparo físico e acompanhamento profissional.
A trilha é, ao mesmo tempo, desafiadora e recompensadora. Quem alcança o topo é presenteado com uma vista panorâmica das ilhas vizinhas e do mar que cerca o arquipélago. Por suas características únicas, o Monte Rinjani tem se consolidado como um destino de alto risco e alta recompensa para quem busca experiências intensas em meio à natureza indonésia.


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