Festa

Gilberto Gil toma posse de cadeira na Academia Brasileira de Letras

Evento foi realizado no Centro do Rio

Cantor é o segundo negro a ocupar uma cadeira na ABL
Cantor é o segundo negro a ocupar uma cadeira na ABL |  Foto: Reprodução / Instagram
 

O cantor Gilberto Gil, de 79 anos, foi oficializado nesta sexta-feira (8) como membro imortalizado na Academia Brasileira de Letras (ABL). O compositor e ex-Ministro da Cultura ocupará a cadeira 20.

O evento foi realizado no Petit Trianon, no Centro do Rio. Gil foi escolhido em novembro do ano passado quando recebeu 21 votos. Na votação, 34 acadêmicos poderiam escolher entre o poeta Salgado Maranhão, que recebeu sete votos, e o autor Richard Daunt, que não recebeu votos. Quatro pessoas votaram em branco e dois anularam.

Gil é apenas o segundo homem negro a ser membro da Academia Brasileira de Letras. O professor Domício Proença Filho, que foi o presidente da ABL entre 2016 e 2017, foi o primeiro.

A cadeira 20 estava ocupada pelo acadêmico Murilo Melo FIlho, que faleceu em maio deste ano. Salvador de Mendonça, fundador da Academia, Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares são antecessores de Gil nesta cadeira.

Carreira

Gilberto Gil iniciou sua carreira no acordeon, ainda nos anos de 1950, inspirado por Luiz Gonzaga, pelo som do rádio e pela sonoridade do Nordeste. Com a ascensão da Bossa Nova, Gil passou a tocar violão e, em seguida, a guitarra elétrica, presente em sua obra até hoje. Em seu primeiro LP, Louvação, lançado em 1967, traduziu em música, de forma particular, elementos regionais, como nas canções Louvação, Procissão, Roda e Viramundo.

Em 1963, iniciou com Caetano Veloso uma parceria e o movimento Tropicália, que acabou internacionalizando a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e a arte brasileira. O movimento gerou descontentamento do regime militar vigente à época, e os dois parceiros acabaram exilados. O exílio em Londres contribuiu para a influência do mundo pop na obra de Gil, que chegou a gravar um disco em Londres, com canções em português e inglês. Ao retornar ao Brasil, Gil deu continuidade a uma rica produção fonográfica, que dura até os dias atuais. São ao todo quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com nove Grammy.

Suas múltiplas atividades vêm sendo reconhecidas por várias nações, que já o nomearam, entre outros, Artista da Paz, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1999; embaixador da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); além de condecorações e prêmios diversos, como a Légion d’ Honneur’ da França, a Sweden’s Polar Music Prize, entre outros.

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