Rastros de Fawcett
Indiana Jones de Niterói busca vestígios pelo continente
Maurício Acklas está em expedição por vários países

Você sabia que o verdadeiro Indiana Jones morreu no Brasil há exatos 100 anos? Pois é. O arqueólogo britânico Percy Fawcett veio para cá há um século atrás da mítica Cidade Z e nunca mais voltou. E daí surgiu a inspiração para George Lucas e Steven Spielberg criarem o personagem que ganhou as telas de cinema. O que talvez você não saiba é que Maurício Acklas, investigador histórico do Engenho do Mato, está há dois meses em expedição por sete países da América do Sul atrás, entre tantas outras coisas, dos rastros de Fawcett pelo nosso continente.
A Expedição Rio–Cartagena, liderada por Maurício Acklas e disponível no canal Decifrando Fawcett, no YouTube, chegou nesta quarta-feira (5), à metade de sua jornada de quase quatro meses pelas entranhas da América do Sul. Após percorrer cerca de 18 mil quilômetros por terra, o Indiana Jones de Niterói dorme nesta semana em Cartagena das Índias, na Colômbia, marcando o ponto médio do percurso que atravessa países em busca de vestígios da mítica Cidade Z — a civilização perdida que Percy Fawcett acreditava existir no coração do Brasil.
Inspirada nas teorias do explorador desaparecido por aqui em 1925, e que levou George Lucas e Steven Spielberg e criarem o mítico Indiana Jones nas telas de cinema, a expedição tem como objetivo reunir indícios que possam confirmar a hipótese de que uma civilização avançada teria habitado o interior sul-americano há cerca de 15 mil anos — possivelmente ligada ao lendário povo atlante descrito por Platão.

Ao longo dos dois primeiros meses, Acklas cruzou regiões arqueológicas de destaque no continente, encontrando “incríveis culturas de dezenas de povos antigos”, segundo relato do expedicionário. Entre os locais visitados estão o Vale do Rio Magdalena, na Colômbia, conhecido por suas esculturas milenares; o complexo astronômico de Ingapirca, no Equador; e as cidades sagradas de Chan Chan e Caral, no Peru — esta última com pirâmides de cerca de 5 mil anos, tão antigas quanto as do Egito.
Ao ENFOCO, Acklas também destacou a importância arqueológica do Brasil no contexto continental.
“Aqui está o mais antigo fóssil das Américas, Luzia, além das fogueiras de 50 mil anos da Serra da Capivara, que mudaram o entendimento sobre a presença humana no Novo Mundo”, explicou.

Batizado de Enzo, o veículo da expedição foi adaptado para enfrentar condições extremas — de florestas a desertos. Em campo, Acklas conta que o contato com comunidades locais é parte essencial da investigação.
“É nas ruas, nos hotéis, nos restaurantes que conhecemos os descendentes dessas civilizações e ouvimos suas histórias, suas lendas e sua visão de mundo”, relata.
A jornada, afirma, tem sido uma experiência de “crescimento e descoberta” — e um mergulho no próprio espírito de Fawcett, cuja busca obsessiva por uma cidade perdida inspirou livros e filmes, entre eles A Cidade Perdida de Z.
Da Colômbia, o grupo inicia agora o caminho de volta, cruzando novamente Equador e Peru antes de seguir por Bolívia, Chile e Argentina, num percurso adicional de cerca de 14 mil quilômetros.

“Cada país tem seus segredos a serem descobertos. Cada quilômetro nos leva mais perto da essência de Fawcett. Ainda há muitos mistérios a revelar — e talvez pistas sobre o que realmente aconteceu com o coronel e por que ele acreditava que seria no Brasil que se encontraria a origem das civilizações”, concluiu Acklas ao ENFOCO.

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