Guia
Lavagem nasal em casa: como fazer sem riscos às crianças
As técnicas corretas ajudam os cuidadores na limpeza

Entre os cuidados com os pequenos, um procedimento que tem ganhado cada vez mais papais adeptos é a lavagem nasal, uma prática que ajuda a limpar o excesso de muco, remover partículas e hidratar a cavidade nasal dos bebês e das crianças. Apesar dos benefícios, a hora da limpeza pode se tornar um pesadelo para os pequenos e para as famílias.
A lavagem nasal é um procedimento indicado para crianças que podem sofrer com afecções de nariz e seios nasais, como rinite, gripes e resfriados, mas também podem ser recomendadas em casos pós-operatórios e de sangramento leve nasal. Sobretudo, é comum ser feito por famílias que possuem bebês e crianças com muito "catarro, muco ou meleca".
Como é utilizada uma seringa, o procedimento pode ser um tanto quanto agonizante para as crianças, o que faz com que os responsáveis exerçam mais força ou segurem a criança numa posição errada, na tentativa de acabar a limpeza mais rápido. É aí que mora o perigo! Algumas práticas podem piorar ao invés de melhorar.
É o caso de um menino de 4 anos, que morreu no último domingo (9), em Niterói, na Região Metropolitana. Segundo informações preliminares, a criança teria falecido após uma lavagem nasal realizada com soro. Durante a limpeza ele teria sofrido uma convulsão. Familiares, no entanto, apontam suspeitas de agressão e maus-tratos por parte da mãe, que nega as acusações. O caso está sob investigação da Polícia Civil, que ainda apura as causas da morte.
Riscos
Segundo a médica pediátrica Camila Diuana Martins, não existem estudos acerca da relação causal entre lavagem nasal com soluções caseiras e ocorrência de convulsões. O que pode ocorrer por técnica inadequada é o incômodo no ouvido.
A lavagem nasal no geral pode causar incômodo, como ardência no nariz e garganta, que são as queixas mais comuns. Em caso de dor ou pressão no ouvido, é fundamental rever a técnica, pois não deve ocorrer
Ainda segundo a especialista, as lavagens podem ser feitas com soluções comercializadas, mas também é possível a aplicação do soro caseiro, desde que sejam seguidas as medidas certas.
‘’É fundamental usar água filtrada e fervida, para evitar contaminação, e seguir as medidas adequadas dos componentes. Lembrando que as soluções isotônicas causam menos incômodo. Como todo soro, deve ser mantido em geladeira após aberto e, para ser utilizado, deve estar em temperatura ambiente ou levemente aquecido’’, explica.
Quando não fazer a lavagem nasal?
Segundo Martins, em alguns casos, é fundamental que a criança seja examinada antes de ser indicada ou prescrita a lavagem nasal. Como no caso de corpo estranho nasal, pacientes com risco de aspiração (como crianças dormindo ou sonolentas), pacientes fissurados, com defeitos da base do crânio e em casos de fraturas da face.
Como fazer?
Existem diversos tipos de dispositivos possíveis, entre spray, conta-gotas simples e dispositivos de alto fluxo. No entanto, atenção! Os dispositivos de alto fluxo, como as garrafinhas, não são recomendados para menores de dois anos, enfatiza Martins. Para a aplicação, existem técnicas básicas. São elas:
1- Sempre direcionar o dispositivo no sentido lateral da narina, evitando o trauma no septo nasal.
2- Nunca aplicar com força, sempre manter uma pressão suave e contínua.
3- Estabelecer um bom vedamento da conexão de saída do dispositivo com a narina.
4- Direcionar o jato em ângulo de 45 graus para cima em relação ao plano do palato.
Ainda segundo a médica, é importante fazer com que a criança se acostume com a limpeza, para garantir a segurança durante a lavagem.
‘’Quando falamos de crianças, o mais importante é fazer a criança se familiarizar com o ato, para que ele possa ser feito de forma segura e sempre que necessário, cooperando com os cuidadores’’, conclui.


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